Continua a decorrer hoje no Tribunal de Santarém a segunda audiência do julgamento do acidente de Sara Carreira, que colocou no banco dos réus quatro arguidos – entre eles, o namorado, Ivo Lucas, e a fadista Cristina Branco, acusados de homícidio por negligência e que foram ouvidos ontem. Testemunhos difíceis, que emocionaram os pais da cantora.
Hoje, de regresso ao tribunal para continuar a ouvir um total de 11 testemunhas, o cantor voltou a reiterar a ideia de que não está à procura de vingança, mas apenas de explicações para o acidente que vitimou a filha mais nova, a 5 de dezembro de 2020, com apenas 21 anos.
“Digo a mesma coisa desde o primeiro minuto. Nada vai mudar as saudades que eu tenho da minha filha, nada vai vai mudar a situação que há e que é uma tragédia. Nada! Não venho para aqui com o intuito, a vontade de me vingar de ninguém, absolutamente de ninguém. E a única coisa que eu peço desde o primeiro dia é que,simplesmente, do outro lado, da maioria dos arguidos não há uma percentagem mínima de humanidade”, confessou ao final desta manhã, à saída da audiência.
“O que aconteceu aqui com eles poderia acontecer comigo, podia acontecer com qualquer um, mas no mínimo é simplesmente assumir aquilo que aconteceu, com todos os erros. O que espero no fim disto tudo é que cada um siga a sua vida. Sei que nada me vai trazer a Sara de volta”, concluiu, visivelmente desiludido.
No interior da sala, depois dos testemunhos dos quatro arguidos ontem, hoje a juíza continua a ouvir o relato das testemunhas do acidente que ocorreu na A1 sentido Norte Sul, que envolveu quatro carros, e provocou a morte da filha mais nova de Fernanda Antunes e Tony Carreira.
Relatos chocantes que afetaram ainda mais os pais da jovem cantora, que, tal como ontem, sentiram necessidade de abandonar a sala.