A propósito do seu novo álbum, a cantora, com 77 anos, 60 deles dedicados à música e ao cinema, deu uma entrevista à revista Vanity Fair, na qual abriu o seu livro de memórias para falar dos seus amores, da sua personagem enquanto artista e do envelhecimento. Entre as suas confidências, destaque para a curiosa revelação de Cher sobre os homens: “Não aprendi nada com os homens, mas apaixonar-me é inevitável”, afirmou.
Nesta conversa, Cher fala de si na terceira pessoa porque considera que essa não é a sua verdadeira essência. Aliás, os sentimentos que nutre pela artista não são os melhores: “Não sou fã da Cher. A Cher é apenas uma parte de mim. A Cher é o meu trabalho”, explica, com o sentido de humor e ironia que se lhe conhece. Da mesma forma que, apesar de ter acabado de lançar um álbum de Natal, “odeia” esta quadra.
Posições tão controversas como tem sido sempre o seu percurso e atitude: “Não admira que a minha vida tenha sido uma longa viagem em carrinhos de choque. Se eu não fosse um pouco louca e infantil, não estaria aqui”, admite.
Sobre o envelhecimento, a cantora recorda as palvras da mãe: “A minha mãe era óptima a aceitar a passagem do tempo… E era tão ridícula quando me dizia: ‘Se não prestares atenção à passagem do tempo, a passagem do tempo não te prestará atenção’. É tudo mentira. A verdade é que a passagem do tempo é uma grande burla. Mas não há escapatória e talvez ela tivesse razão: se te deixares vencer pelo tempo, acabou-se. No fim de contas, há que ter em conta que sou um artista, e a um artista não é permitida a passagem do tempo. Toda a gente exige que se tenha uma espécie de saída, uma forma de escapar ao tempo. Como se fosse possível escapar à idade”, assume, com algum sarcasmo.
A dada altura da conversa, Cher, que admite estar feliz ao lado do namorado, o produtor musical Alexander Edwards, 40 anos mais novo, é questionada sobre os seus dois casamentos e sobre o que aprendeu com os seus relacionamentos.
A cantora não tem dúvidas sobre a resposta: “Esta é fácil. Nada. Absolutamente nada. Mas apaixonarmo-nos é inevitável, é como enfrentar algo invisível. Acontece-nos simplesmente. E depois penso sempre no amor como se existisse na página de um livro. Pelo menos assim parece-me sempre bonito“, defendeu.
Recorde-se que Cher foi casada com Sonny Bono, pai do seu filho, Chaz, de 54 anos, e Gregg Allman, com quem teve outro rapaz, Elijah, de 45, que é viciado em drogas desde os 11 anos e que a mãe chegou mesmo a mandar raptar para o impedir de consumir,