Maria João é um dos grandes nomes da música portuguesa – tem uma carreira de mais de 40 anos no jazz, onde se destaca uma longa parceria com o pianista Mário Laginha, e é a única artista portuguesa que já esteve nomeada para um European Jazz Prize, o que aconteceu em 2006 – e está sempre preparada para dar o seu contributo quando se trata de celebrar o que mais gosta de fazer. Foi por esse motivo que aceitou ser uma das participantes do Festival da Canção deste ano. “É um privilégio sempre que me convidam para cantar, é uma felicidade e mais uma oportunidade para fazer o que amo. Decidi dedicar grande parte do meu tempo a fazer música, por isso é só mais um desses bocadinhos”, contou na apresentação do festival, certame que celebra 60 anos na edição deste ano.
A artista, de 67 anos, admite que o tema Dia, da sua autoria e cuja melodia foi pensada em conjunto com João Farinha, com quem tem o projeto de jazz/elétrica OGRE electric, não foi fácil de criar. “É de improviso, é assim que faço as coisas todas. Mas foi difícil encaixar uma música em tão pouco espaço. Nós, no jazz, estamos habituados a ter o tempo que quisermos… O tema é cantado em quatro línguas: português, inglês, changana, uma das línguas que se fala em Moçambique, a terra da minha mãe, e uma pequena língua que criei [risos]”, justificou Maria João, bem-disposta.