Apesar de um percurso exemplar enquanto cavaleira, Marta Ortega tinha consciência de que o hipismo não poderia passar de um hobby. Afinal, era esperado que tomasse as rédeas do negócio fundado pelo seu pai, Amancio Ortega, há cinco décadas, e que hoje detém marcas como Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti, Oysho e Bershka. Foi, aliás, numa loja da Bershka, em Londres, a dobrar camisolas, que Marta Ortega iniciou o seu percurso dentro da empresa. Licenciada em Gestão, assumiu há um ano e nove meses a presidência não-executiva do Grupo Inditex e passou ser a mulher mais poderosa do mundo da moda. Nessa altura, as ações da empresa subiram 98%, mostrando que os investidores confiavam na sua capacidade de gestão, e em 2023 a Inditex bateu todos os recordes de faturação, encerrando o ano com uma cotação de 122.600 milhões em bolsa.
Aos 40 anos, Marta Ortega herdou não só a costela empresarial do pai, mas também uma atitude discreta e muito zelosa da sua vida privada. A última vez que foi vista em público foi num concurso de saltos, em dezembro último. Estava na reta final da sua terceira gravidez e o filho, Manuel, acabaria por nascer poucos dias depois, juntando-se a Amancio, de dez anos, do seu primeiro casamento, com o cavaleiro Sergio Álvarez Moya, e Matilda, de três, da relação com Carlos Torretta, com quem está casada há cinco anos. “‘Ser grande no trabalho e pequeno na vida.’ É uma das melhores coisas que já ouvi”, disse a empresária ao The Wall Street Journal, citando um dos seus estilistas preferidos, o israelita Alber Elbaz. E é assim que gere a sua vida pessoal: com discrição e humildade. Prefere viver na tranquilidade da Corunha do que na agitação madrilena, cidade que frequenta aos fins de semana, e sabe-se que é uma leitora compulsiva e uma amante da arte, da fotografia e do cinema. Mas a sua verdadeira paixão é a família.
