Com 44 anos de carreira, Rui Veloso, de 66, tem cantado muitas canções de amor, e dessa vasta lista fazem parte sucessos como Primeiro Beijo, Todo o Tempo do Mundo ou Anel de Rubi. Uma das razões que o levou a ser convidado especial do Festival Montepio às Vezes o Amor, atuando no Coliseu do Porto a 14 de fevereiro e a 17 no Campo Pequeno, em Lisboa, onde vai ter Maro como convidada. Assumindo, no entanto, que é pouco romântico, revela o segredo que lhe permite cantar tão bem o amor: “É como se fosse um ator, entra-se nas personagens e depois sai-se. Senão estava lixado, estava sempre em carne viva.”
“Sou capaz de começar a gravar umas coisas, mas tem-me apetecido mais andar a viajar, a gozar a vida.”
O cantor e músico portuense reconhece que já gostou de quem não gostava da mesma canção e afirma que “isso torna o amor impossível”. Quanto a ser capaz de empenhar o anel de rubi por alguém, revela: “Em tempos que já lá vão fui capaz.” Questionado sobre se ainda gostaria de encontrar alguém com quem fosse feliz para sempre, diz apenas: “Estou bem, em questões de amor estou bem.”
Relativamente à temática do festival, lembra que “o amor é uma coisa vasta, pode ser o amor a uma cidade, no caso do Porto Sentido, a um filho, a um amigo, a amizade também é uma bela variante do amor”. E será um prazer subir ao palco, pois, explica, “uma pessoa como eu, com tantos anos disto, estar meses sem ir ao palco parece que me falta qualquer coisa. Não sei se é a adrenalina do palco que nos prende um pouco, cada espetáculo é diferente, nunca se sabe se vai sair bem ou não, há essa coisa desconhecida que é a relação com o público”.
Quanto a projetos na manga, adiantou: “Estou a trabalhar com um amigo e sou capaz de começar a gravar umas coisas agora, já gravei uma música instrumental, o que nunca tinha feito, um blues à guitarra. Mas tem-me apetecido mais andar a viajar, a aproveitar a vida.”