No ano em que se comemoram quatro décadas da fundação do Instituto Francisco Sá Carneiro foi lançado um livro que evoca a obra do político fundador do PSD e o caminho feito pelo instituto a partir do seu legado.
O lançamento do livro 40 Anos do Instituto Francisco Sá Carneiro, da autoria da jornalista Joana Reis, decorreu no Grémio Literário, em Lisboa, e reuniu muitas figuras destacadas do partido, tais como Francisco Pinto Balsemão, Aníbal Cavaco Silva, Leonor Beleza, Assunção Esteves, Maria da Graça Carvalho, Carlos Carreiras, Manuela Ferreira Leite, Luís Montenegro ou Zita Seabra, editora da Alêtheia, responsável por esta obra. Também esteve presente o filho daquele que foi um dos mais carismáticos primeiros-ministros portugueses, o advogado Francisco Nunes de Matos Sá Carneiro, que procurou ser uma presença discreta nesta ocasião, que foi também de homenagem ao seu pai.
No final, Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro e atual presidente do grupo Impresa, destacou a importância de refletir sobre o estado do país em tempos difíceis. “Estou aqui com muito gosto, pois a obra do Instituto, ao qual pertenço, é boa, tal como toda a herança que o Dr. Francisco Sá Carneiro nos deixou. São precisas iniciativas como esta para que as pessoas em Portugal se interroguem sobre o atual estado das coisas e para podermos olhar para a frente. Eu sou um homem que olha sempre para a frente. A vida faz-se caminhando, mas caminhando para a frente.”
Na sua intervenção, o presidente do Grémio Literário, António Pinto Marques, recordou que Francisco Sá Carneiro foi sócio daquele espaço centenário e figura maior da vida política portuguesa. “Sá Carneiro era advogado, mas foi um homem essencialmente político, com uma visão superior da ação política e governativa, com intervenção contestatária, desde o Estado Novo, assente em valores liberais e cristãos.”
Durante o discurso, não esqueceu o célebre acidente de Camarate, que vitimou, em 1980, um dos fundadores da social-democracia em Portugal. “A morte levou-o cedo demais, quando era primeiro-ministro, em circunstâncias nunca esclarecidas verdadeiramente. Como homem de convicções fortes, deixou uma marca de político astuto, sério e conhecedor dos meandros do poder. Ainda hoje tal figura mítica continua a ser uma referência, muitas vezes citada como garante de valorização e fundamento da política social-democrática”, relembrou.
Luís Montenegro, presidente do PSD e candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas, fez a última intervenção nesta apresentação e nela destacou a importância do instituto no trabalho de aprofundamento do conhecimento: “Para decidir bem, convém não ser imponderado, convém não ser repentista”, defendeu.
Fotos: João Lima