“Já subi várias vezes a este palco, mas é a primeira vez que estou nesta difícil situação de ser o tema da reunião”, começou por assumir Emílio Rui Vilar quando, perante o auditório lotado da Fundação Calouste Gulbenkian, apresentou o livro Emílio Rui Vilar – Memórias de Dois Regimes, que resultou dos testemunhos que ao longo de vários meses partilhou com os historiadores António Araújo e Maria Inácia Rezola e o sociólogo Pedro Magalhães. Depois de uma breve intervenção por parte dos jornalistas José Pedro Castanheira e Bárbara Reis, que partilharam curiosidades relacionadas com este livro que acompanha o percurso de Emílio Rui Vilar nos primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, durante os quais desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no I Governo Constitucional, o jurista e gestor agradeceu a presença de todos os que, ali presentes, se foram cruzando consigo ao longo dos seus 84 anos de vida.
“Hoje não me sinto, de maneira nenhuma, confrontado comigo próprio, não me contradigo e não me lamento. Antes pelo contrário, a vida foi pródiga comigo, deu-me muitas oportunidades e colocou-me muitos desafios que eu não desperdicei, que me proporcionaram vivências e momentos únicos de que não me esqueço e que guardo com muita gratidão. Hoje, apesar das nuvens carregadas que se perfilam no nosso horizonte – guerras, crise ambiental, ameaças à democracia –, conservo intactos os mesmos valores e o mesmo sentido da esperança que me guia”, garantiu Emílio Rui Vilar, que no final da apresentação se juntou à mulher, Isabel Alçada, aos três filhos, Emílio, Cristina e Clara, e aos muitos netos, para registar, através de uma fotografia, este momento.
Fotos: João Lemos