O poeta, ficcionista e professor universitário Nuno Júdice, um dos nomes mais importantes da poesia contemporânea portuguesa, morreu este domingo, dia 17, aos 74 anos, de cancro. Estava internado na Fundação Champalimaud.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, publicou uma nota de pesar e homenagem no seu site oficial, na qual lembra que Nuno Júdice foi “um autor decisivo numa época de transição da poesia portuguesa, entre as tendências experimentais da década de 1960 e o tom mais quotidiano dos anos 80 e seguintes”, destacando que “não se parecia com nenhum outro, com os seus versos por vezes longos, discursivos, meditativos, o tom tardo-romântico, as interrogações sobre a noção de poema, mais tarde o pendor evocativo, melancólico ou irónico”.
O Presidente lembra ainda que Júdice foi um dos “mais prolíficos poetas portugueses, e um dos mais traduzidos, era o mais reconhecido internacionalmente, e recebeu, entre muitos outros, o Prémio Ibero-Americano Rainha Sofia” e recorda que o autor, além de professor na Universidade Nova, ensaísta e tradutor, “exerceu funções de conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris, onde também dirigiu o Instituto Camões”.
Marcelo Rebelo de Sousa termina considerando que “a sua obra poética e o trabalho de décadas em diferentes instituições foram um contributo maior para a singularidade, o cosmopolitismo e a projeção da literatura portuguesa” e manifesta as suas condolências à mulher, Manuela Júdice, e à família.
A editora do escritor, a Leya, também manifestou publicamente o seu pesar através do seguinte comunicado: “Foi com profundo pesar e sentida consternação que na Leya e principalmente na Dom Quixote tomámos conhecimento da triste notícia do falecimento de Nuno Júdice, hoje, em Lisboa, vítima de doença. Uma notícia que abalou todos os que trabalharam mais de perto com Nuno Júdice mas, com toda a certeza, todos os seus muitos leitores e admiradores. E que sem dúvida deixa mais pobre a literatura e a poesia portuguesas.”