António Victorino d’Almeida chegou à gala dos Prémios Play, no Coliseu dos Recreios, na companhia da filha mais nova, a compositora Anne Victorino d’Almeida, para desfrutar de uma boa noite dedicada à música portuguesa. Só mais tarde se lhe juntou a filha do meio, a atriz, realizadora e atual autarca de Almada Inês de Medeiros [a mais velha, a atriz Maria de Medeiros, encontrava-se em Itália a fazer uma peça de teatro], estando o compositor, pianista e maestro longe de imaginar que o motivo da sua presença na cerimónia seria para uma homenagem aos mais de 70 anos em prol da composição e da divulgação da música clássica.
“Alargando os conceitos e os estilos, temos uma geração de novos músicos absolutamente extraordinária. São inacreditavelmente bons.”
A dias de completar 84 anos, o consagrado maestro mostrou-se muito feliz por ver a sua carreira reconhecida mais uma vez. “O Coliseu é a nossa grande casa e, para mim, é uma grande honra receber este prémio, principalmente aqui. É muito especial”, revelou, em palco, depois de receber o galardão das mãos do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. Ainda antes da surpresa, protagonizou um dos momentos altos da noite, quando se sentou ao piano para interpretar o tema As Brumas do Futuro, da banda sonora do filme Capitães de Abril, que é da sua autoria.
Pouco antes do início da gala, a CARAS conversou com o maestro, que nos disse que “não podia pedir melhor” por estar acompanhado pelas filhas. “Às vezes não temos muito tempo para nos vermos, mas conseguimos sempre aproveitar quando estamos juntos”, declarou, sublinhando também que vê com muito bons olhos a evolução da música portuguesa. “Toda a gente sabe que apoio a música portuguesa. Alargando os conceitos e os estilos, temos uma geração de novos músicos absolutamente extraordinária. São inacreditavelmente bons”, concluiu.