
Cuca Roseta diz que a maternidade a tornou mais completa e que, apesar da sua carreira a obrigar a constantes deslocações ao estrangeiro, nunca esteve muito tempo sem ver os filhos, Lopo, de 15 anos, que nasceu de um anterior relacionamento, e Benedita, de 8 anos, do seu casamento com o preparador físico João Lapa. A fadista, de 42 anos, conversou com a CARAS antes de atuar no evento de inauguração do hotel Vila Galé Isla Canela, em Espanha.
– Tem algum ritual ou preparação especial antes de subir ao palco?
Cuca Roseta – Tenho uma rosa vermelha e uma branca junto a uma vela que acendo sempre antes dos concertos, para agradecer o facto de ter trabalho e poder levar o meu dom àqueles que me ouvem. Peço sempre para ser um bom instrumento de amor e de paz. Depois, então, entro em palco.
– O que é que a mantém inspirada e motivada?
– Tenho a sorte de poder cantar todos os dias, que é o que mais amo fazer, e quando temos esse dom e a vida flui dessa forma é porque há um sentido maior para tudo. Trabalho nunca me faltou, por isso, é uma missão muito bonita. Só cantar já me deixa muito inspirada.
– Há algum sonho ou objetivo que ainda deseje alcançar?
– Poder continuar a cantar. Já o fiz em 53 países diferentes, para estrangeiros, e o meu sonho é continuar a levar a nossa cultura lindíssima – sou uma apaixonada pela cultura portuguesa e pela tradição da nossa música – pelo mundo. É sempre um orgulho muito grande poder ser embaixadora nesse sentido, ver a cultura de um país tão pequeno como o nosso tocar no coração de pessoas que não entendem a nossa língua mas sentem essa magia.
– Quais são os maiores desafios e as maiores alegrias de ser mãe e artista ao mesmo tempo?
– Sempre quis ser mãe e só quando o fui me senti inteira. Ser mãe e artista ao mesmo tempo não é fácil. Sou uma mãe-galinha, muito agarrada aos meus filhos, não consigo estar longe deles muito tempo, aliás, nunca estive mais do que 15 dias afastada deles. Quando tinha de passar mais tempo fora, eles acompanhavam-me em digressão, e terem viajado pelo mundo também lhes trouxe coisas incríveis. A gestão pode não parecer fácil, mas acho que me foram dadas todas as ferramentas para saber lidar bem com isso. A verdade é que tudo correu sempre bem.
“Tudo fluiu naturalmente e os meus filhos são hoje crianças muito felizes e equilibradas. Foi bem mais fácil do que imaginava.”

– Como lida com as viagens frequentes e a distância da família?
– É sempre difícil, julgo que o é para todas as pessoas. Pelo menos para mim, que sou muito ligada aos meus filhos e tenho sempre saudades deles. Mas também aprendi que devemos agradecer aquilo que nos é dado e, se não temos a possibilidade de estar com os nossos filhos, porque estamos a trabalhar num sítio qualquer, em vez de ficar a chorar no quarto, que era o que fazia no início, devemos agradecer a bênção que Deus nos dá e aproveitar aquele momento. Depois, quando finalmente conseguimos estar com os nossos filhos, é tentar passar tempo de qualidade com eles, e que eles sintam realmente a nossa presença. Tudo fluiu naturalmente e os meus filhos são hoje crianças muito felizes e equilibradas. Foi bem mais fácil do que imaginava.
– O que gosta de fazer no seu tempo livre para recarregar energias?
– Todo o meu tempo livre é para estar com a família. É sempre para eles que quero voltar. E gosto muito de fazer exercício na Natureza, de fazer trilhos, andar de bicicleta, fazemo-lo muito em família. E praticar ioga e meditação sempre, que é o que me dá o equilíbrio para viver feliz no meio de algum stress, de dormir pouco e de estar sempre a viajar.