Em Espanha, diz-se de uma pessoa que fala ou se mexe como quem dança que tem salero, e Oceana Basílio não tem grandes dúvidas de que terá herdado um pouco dessa forma de estar de nuestros hermanos por ter crescido junto à fronteira com Espanha, país que sempre frequentou com regularidade. Foi precisamente em Huelva, na zona balnear de Isla Canela, onde esteve como convidada da inauguração da mais recente unidade do grupo Vila Galé, que a atriz, de 45 anos, conversou com a CARAS e falou dos projetos profissionais que tem abraçado nos últimos tempos. A gravar o filme Vive e Deixa Andar, uma comédia de Miguel Cadilhe a partir de um argumento de Filipe Homem Fonseca, no qual dá vida a uma instagramer influencer, Oceana garante não se identificar muito com esta personagem, o que torna este trabalho ainda mais desafiante. “Durante muitos anos, não quis fazer personagens estereotipadas, de uma loira ou alguém muito deslumbrado. Mas nesta fase achei que estava na altura de aceitar esta personagem e de me divertir. E a verdade é que está a ser incrível. Toda a equipa tem sido extraordinária e o trabalho tem corrido lindamente”, assegurou Oceana à CARAS. Mãe de Francisca, de 19 anos, que estuda Inteligência Artificial e Ciência de Dados no Porto, a atriz revela estar numa fase muito tranquila da sua vida e a aproveitar todos os momentos livres para desfrutar da companhia dos amigos.
“Nunca liguei tanto à imagem quanto se imagina.”
– Estando diretamente relacionada com o seu trabalho de atriz, está habituada a valorizar a questão da imagem enquanto instrumento de trabalho?
Oceana Basílio – Sim, estou, mas nunca liguei tanto à imagem quanto se imagina. Porque, no meu quotidiano, sou uma pessoa muito cool, descontraída. Claro que gosto de me vestir bem, de me arranjar e produzir para ir a eventos ou jantar fora com amigos e colegas em momentos especiais, mas no dia a dia sou uma pessoa desligada desse género de coisas. Não ligo nenhuma a marcas, mas gosto de me sentir bem com aquilo que visto. Isso é o mais importante para mim.
“Não tenho só um estilo de guarda-roupa, sou muito eclética. Nunca me identifiquei só com um género, sempre me adaptei a vários estilos.”
– No seu dia a dia opta, então, por roupas mais descontraídas?
– Depende do momento e para onde é que vou, assim como do meu estado de espírito. Não tenho só um estilo de guarda-roupa, sou muito eclética. Nunca me identifiquei só com um género, sempre me adaptei a vários estilos.
– Veio a este evento acompanhada por um grupo de amigos que, pelo que se percebe, são muito especiais na sua vida. Sente que estes momentos são importantes para poder descontrair fora do ambiente de trabalho?
– Sinto-me no meu ambiente com os meus amigos, que amo. São amigos de toda a vida e que considero imenso. Depois, estou aqui muito perto da minha zona. Cresci entre o sul de Espanha e o Algarve, sendo que a minha zona é Tavira, que fica a cerca de 45 minutos daqui. Desde criança que venho ao sul de Espanha, víamos a televisão espanhola quando só existia a RTP1, porque conseguimos apanhar o sinal. Espanha faz parte da minha vida desde sempre… As compras eram muitas vezes feitas em Espanha, quando queríamos uma peça de roupa diferente, era aqui que vínhamos. E todos os amigos que estão cá hoje faziam-no também. Para nós, era normal, fazia parte do nosso dia a dia. Portanto, sinto-me em casa aqui nesta zona.
– Sente que também herdou algum salero espanhol?
– Claro que sim. Desde miúda que as festas dos meus pais com os amigos eram no sul de Espanha, em Huelva. Íamos também muitas vezes para Sevilha e nisso os espanhóis são muito livres, na dança, na forma de se movimentarem, na festa. Temos um calor incrível, mediterrânico.
“As espanholas, de facto, sempre tiveram muita garra, dizem o que pensam.”
– As espanholas têm também fama de se arranjarem muito bem.
– As portuguesas também se produzem, mas as espanholas, de facto, sempre tiveram muita garra, dizem o que pensam. Eu cresci no meio destes dois ambientes, que adoro.
– Está entre gravações neste momento, mas o que gosta de fazer nas pausas profissionais? Qual é a sua bolha de oxigénio? Onde é que vai procurar energias?
– À normalidade, à rotina do dia a dia, aos meus amigos, à família, a alguns colegas. Cada vez mais prezo uma vida normal. Hoje temos tanta informação, tenho tantos amigos de áreas diferentes, com dificuldades diferentes, e eu gosto de sentir o que é a vida na sua realidade e vivê-la de uma forma tranquila, sem estar preocupada com nada a não ser viver o momento. Para mim, isto é o mais importante nesta fase, estar com os meus…
– E que tipo de programas costuma fazer com estes amigos de infância?
– Todos os anos marcamos férias juntos em agosto. Mesmo quando estou a gravar, faço questão de ir. Normalmente, é na primeira quinzena, e nessa altura organizamos uma festa em que conseguimos estar todos juntos.
– Essa festa acontece sempre no Algarve?
– Todos nós viajamos muito e conseguimos encontrar-nos fora de Portugal, mas, sendo algarvios, e gostando muito da nossa zona, que é a ria Formosa e o Sotavento, tentamos sempre fazer o nosso sunset, uma festa só de amigos, todos os anos.
– A construir memórias ao longo dos anos.
– Estou a falar de amizades que vêm desde os meus seis anos….
–Tem de haver um esforço de todos para se conseguirem encontrar, já que as amizades também têm de ser cultivadas?
– Se há coisa que prezo na minha vida é este meu grupo de amigos. São um grande pilar na minha vida. E eu acho que também o sou na deles.