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Apesar de não ser adepta das grandes confusões dos Santos Populares, Dânia Neto aprecia esse espírito festivo, e este ano teve mesmo a oportunidade de o viver durante um passeio de barco pelo Tejo para ver o pôr do sol e deliciar-se com as tradicionais sardinhas assadas desta época, num evento de verão organizado pelo Lidl. “Termos um pôr do sol fantástico, o Cristo Rei e uma voltinha que nem sempre é possível fazer foi ótimo”, confidenciou, bem-disposta.
Esta foi uma boa ocasião para uma conversa com a atriz, de 41 anos, sobre os últimos meses da sua vida, que incluíram, em abril, o casamento com o médico dentista Luís Matos Cunha, de 42, pai dos seus dois filhos, Salvador, de 5 anos, e António, de 8 meses, e a lua de mel, que passaram na Tailândia.
– Chegou há pouco tempo de férias. Estava a precisar de parar não só por ser a lua de mel, mas também de descansar para carregar baterias?
Dânia Neto – Foram as duas coisas. Mas o António tem 8 meses, custou-me um bocadinho afastar-me de um bebé tão pequenino. Sou muito mãe e é difícil, mas não fazia sentido ir para uma lua de mel com crianças, portanto, se era para fazer o ritual e vivê-lo da forma certa, fizemo-lo e correu superbem. Foram uns dias de casal, o que muitas vezes é difícil com dois filhos, e sobretudo nesta fase mais intensa, com a privação de sono e o cansaço. Também vinha de uma roda de emoções muito grande: para além do parto do António, foi a preparação do casamento em tempo recorde. Resumindo, foi um descanso merecido.
– As saudades foram o mais difícil?
– Para mim foram, mas se calhar para o Luís não [risos]! Tinha sempre a sensação de que me faltava um bocado, não estava completa. Acabou por ser estranho, porque foram dias tão bonitos, foi tudo tão perfeito, no sentido em que correu tudo bem, mas nos últimos dias já contava os minutos para me vir embora.
– Quando olha para trás, como é que recorda o dia do casamento?
– Foi lindo, maravilhoso, aquilo com que sempre sonhei, por isso só tenho coisas boas a dizer. Obviamente que neste dia não consegues aproveitar como se fosses convidado, porque estás noutro papel, há toda uma cadência de acontecimentos e, por isso, parece sempre pouco. Se fosse possível repetir era bom, porque conseguiria saborear tudo de outra forma e dar atenção a todas as pessoas.
– Como é que foi ter os seus filhos a presenciarem esse momento?
– Muito especial. São poucos os filhos que podem dizer que foram ao casamento dos pais. Entrar com o Salvador na igreja foi superemocionante. A celebração religiosa foi cheia de significado, teve uma parte espiritual e uma conotação muito bonita para nós, por isso é que escolhemos casar pela igreja.
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– Que balanço é que faz da maternidade?
– Adoro ter dois filhos, mas é um desafio gigante. Há momentos em que estou só com o António e penso que se fosse assim realmente era mais fácil. E é estranho, porque na altura em que temos só um achamos que é muito intenso, mas quando te vês com dois consegues perceber bem que faz toda a diferença. Penso que me adaptei bem a esta fase porque, no fundo, sempre quis ter mais do que um filho. Mas os bebés não dormem, a privação de sono é a coisa mais terrível que os pais podem experienciar…
– Os seus filhos vieram transformá-la enquanto mulher?
– Enquanto mulher e ser humano. A maternidade é o mergulho mais profundo que podes dar sobre ti própria, deparares-te com partes de ti em que normalmente nem pensavas ou que estavam adormecidas. É mágico.
– Anulou-se como mulher durante a maternidade ou conseguiu sempre equilibrar a balança?
– Nós, mulheres, temos sempre essa tendência. Há um ser que depende de ti 24 horas por dia e é a prioridade, portanto, nunca seremos o centro do mundo, aquele ser é o centro do nosso mundo. No meu caso, são dois, porque o Salvador ainda é pequeno, precisa de muita atenção. Mas quando surgir trabalho, não vou deixar de ser a Dânia atriz porque sou mãe de dois filhos e vice-versa. As duas coisas têm de estar integradas na minha vida.
– Há alguns anos decidiu começar a fazer dança do varão para se descobrir melhor como mulher. Os resultados foram positivos?
– Tive a oportunidade de entrar em contacto com a minha sensualidade, com partes de mim que desconhecia, porque nunca tinha dançado. Fi-lo por causa de uma personagem e é sempre bom sairmos da nossa zona de conforto.
– Tem uma necessidade frequente de procurar essa Dânia mais desconhecida?
– Sinto que sou uma pessoa que está em constante transformação. A Dânia que existia não é a mesma que existe agora e provavelmente a que virá também não será a mesma que está aqui, em todas essas fases, na evolução enquanto ser humano, mulher e mãe. Precisamos de novos estímulos e eu estou sempre na minha própria descoberta. Acho isso interessante, cria coisas boas dentro de mim.
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– Os 40 mudaram alguma coisa?
– É um número redondo, por isso não há ninguém que passe sem sentir esse peso. Passei os meus 40 anos grávida do António e estava superfeliz, se calhar não fiz a festa que idealizava, mas vivi uma fase especial, a dar novamente vida a um ser humano.
– Está a fazer uma pausa na representação e a desfrutar em pleno da vida familiar e de casada?
– Estou a canalizar o meu tempo para os meus filhos, porque quando estou a trabalhar é mesmo muito intenso, e o tempo não volta para trás. Tudo isto passa muito depressa e estou a ter mesmo muito prazer em fazer esta pausa.
– E não tem saudades de trabalhar?
– Estou à espera do projeto certo. Pensarei melhor quando surgir um que me tire da minha zona de conforto e valha a pena estar longe de casa 12 horas por dia.
– O que é que seria desafiante para si neste momento?
– Há tanta coisa que ainda não fiz… Vou esperar que o universo se encarregue disso. Houve oportunidades que surgiram e não pude aceitar, porque ia casar-me e depois tinha a lua de mel. Eram projetos inadiáveis. Tive pena de não aceitar, mas a vida é mesmo assim.