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Com apenas 24 anos, Catarina Maia chama a atenção com o seu discurso articulado e maduro, reflexo de um talento inato para a comunicação, mas também das experiências de vida que a levaram a estar mais alerta e consciente do mundo que a rodeia. Estudou Ciências da Comunicação, mas preferia ter ido para Londres tirar um curso que aliasse duas das suas grandes paixões: a moda e a comunicação. Depois de ter vencido o concurso Cabelos Pantene, em 2019, a comunicadora foi convidada para ser apresentadora digital do programa The Voice Portugal, da RTP1, e animadora de um dos programas da rádio Mega Hits. Natural do Porto, Catarina assume a dificuldade de viver longe da família, nomeadamente do irmão mais velho, Daniel Maia, que tem Trissomia 21 e do qual fala com um enorme carinho e orgulho. Durante esta entrevista à CARAS, marcada a propósito da campanha que fez para a Seaside enquanto embaixadora da marca, Catarina falou ainda do seu relacionamento de dez anos com Guta Semelhe e garantiu que, por enquanto, o casamento não faz parte dos planos do casal.
– Se lhe pedissem para se apresentar, diria que era radialista, manequim ou influenciadora?
Catarina Maia – Radialista. É o que mais me completa, o que mais prazer me dá a fazer. Mas gosto de comunicar de várias outras formas. A comunicação ajuda a resolver muitos problemas, trazendo momentos de felicidade. Na rádio há uma partilha com os ouvintes e um programa de televisão como o The Voice junta famílias, move pessoas em torno de um momento de tranquilização para ver uma pessoa a cantar maravilhosamente bem. A comunicação tem o poder de nos fazer sonhar e viver com vários mundos, e isso para mim é mágico.
– O que a deixa verdadeiramente feliz é poder criar esses momentos de tranquilidade e felicidade nos outros?
– Sim. Dos melhores feedbacks que me podem dar é dizer que me ouviram e que conseguiram, de alguma forma, imaginar aquilo que estava a dizer. A comunicação leva-nos a viajar, a imaginar e, de alguma forma também, a ter pensamento crítico, ouvindo diferentes opiniões e explorando mundos na nossa mente.
– Veem-na como uma jovem empoderada e muito segura de si própria. Corresponde à imagem que tem de si mesma?
– Quero acreditar que sim. Sou uma pessoa confiante, isso também vem da educação que recebi em casa. Os meus pais sempre me deixaram fazer aquilo que queria, deixaram-me ir testando os meus limites, tanto na vida profissional como pessoal, e isso fez-me ganhar um autoconhecimento saudável. Conheço as minhas fraquezas e os meus pontos fortes. Conhecendo-me bem, sei quais são os projetos em que consigo entrar e sei quais são os que não consigo e isso, de alguma forma, dá-me confiança para conseguir ir trilhando o meu caminho de forma consciente.
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– Mudou-se para Lisboa há sete anos. Quais têm sido os maiores desafios de viver longe da família? Como é que gere as saudades e consegue manter a conexão com eles?
– Tenho de assumir que lido mal com as saudades, porque acho que nunca aprendi a viver longe deles. Custa-me cada vez que saio do Porto. Adoro viver em Lisboa, é aqui que, neste momento, me sinto em casa, porque é onde trabalho e tenho tudo o resto. Mas, efetivamente, custa-me muito estar longe da minha família. Custa-me ver o meu irmão crescer e não estar presente. Custa-me ver os meus pais fazerem coisas e eu não estar lá fisicamente. Claro que vou mantendo a conexão com eles, todos os dias falamos e os meus pais estão a par de tudo o que acontece na minha vida. Continuam presentes e continuarão a estar, mas confesso que, um dia, adorava poder voltar a mudar-me para o Porto.
– Falou no seu irmão, com quem parece ter uma ligação muito forte. Que lições é que ele lhe tem ensinado ao longo dos anos?
– Responder com amor, sempre, e com sinceridade. O que me apaixona na comunicação é que facilmente se distingue aquilo que é real do que não é. Quando as pessoas falam com verdade, a mensagem chega de uma forma muito mais transparente. E o meu irmão é a pessoa mais transparente que já conheci na vida. Ele diz exatamente aquilo que toda a gente queria dizer, mas ninguém diz. Não tem filtros nem maldade, porque é um ser de amor puro. E a maior lição que ele me deu até hoje foi, efetivamente, responder-se sempre com amor. Há pessoas que, na cara dele, o discriminam e ele responde com um abraço e um beijinho. E tudo é desmistificado num segundo. Não há ninguém que se cruze com o meu irmão e que fique indiferente. E isso é a magia que ele vai criando, ao viver exatamente como tem de o fazer: normalmente. A magia que ele vai criando à volta dele é inspiradora e a mim faz-me relativizar muitas situações. Há situações que, para nós, são tão básicas e que nos parecem tão fáceis no dia a dia, como apanhar um autocarro… O meu irmão demorou dois anos até que isso acontecesse, com a minha mãe a ir no carro atrás do autocarro para ele se sentir seguro.
– A alegria das pequenas conquistas.
– Exatamente. Faz-me relativizar muitos problemas que, às vezes, achamos que são gigantes e que não são absolutamente nada. Considero-me uma pessoa extremamente descomplicada e, agora que penso nisso, pode muito facilmente ter vindo daí. Não considero que o meu irmão tenha problemas muito grandes, simplesmente penso que a sociedade lhe impôs muita coisa durante toda a sua vida e moldarmo-nos a isso foi um problema. E a dor que isso causa faz-me pensar que não tenho problemas na vida. Tudo se pode resolver com uma boa conversa, com tempo, com crescimento…
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– O que é que gosta de fazer no seu tempo livre?
– Ler. Os livros têm o poder de nos levar a viajar. Também gosto muito de ir à praia, ver o mar acalma-me. Gosto muito, obviamente, de estar com as minhas amigas, de passar tempo de qualidade com elas. Às vezes nem preciso de sair de casa. Basta um vinho, uma mesa e uma boa noite de conversa.
– Quais são as suas metas a médio prazo? Onde se vê daqui a cinco anos?
– Gostava de continuar a fazer rádio, porque é uma coisa que, psicologicamente, me estimula muito. Estou a par de tudo o que está a acontecer, festivais, eventos, em conexão com as pessoas com quem nos vamos cruzando. Também gostava de continuar no meio televisivo e, quem sabe, conseguir crescer um pouco mais.
– Já tem planos para o verão?
– Todos os anos vou para o Douro passar duas semanas num barco com os meus pais. É o nosso cantinho, o momento em que desligamos – não há rede de internet a bordo –, em que nos conectamos uns com os outros. É nessa altura que faço um balanço do ano que passou e começo a delinear planos para o seguinte.
– O seu namorado também sobe a bordo nessas férias?
– Sim, mas normalmente nunca fica o tempo todo, porque tem de trabalhar. Mas já faz parte da família, sim.
– Refere-se a ele como o grande amor da sua vida.
– Sim, já o conheço há dez anos. Mas ele é muito reservado e não gosta nada que se fale dele.
– Casarem-se faz parte dos vossos planos?
– É um sonho, claro que sim, mas não para breve. Neste momento, o que nos realiza aos dois é a parte profissional e a consolidação daquilo que temos a nível pessoal.
“Styling”: Raquel e Sofia Rodrigues para The Congruence Project
Maquilhagem e cabelos: Laura Costa com produtos MUA
Agradecemos a colaboração de MS Aparthotel e Seaside