Ana Marta Ferreira, de 30 anos, iniciou a sua carreira com apenas 9, na novela juvenil Morangos Com Açúcar, e nunca mais parou. Teatro, cinema, séries e novelas fazem parte do currículo da atriz, que adianta que o seu sucesso também se deve a tudo o que tem aprendido com os colegas com quem se cruza.
O seu maior e mais importante papel é o de mãe de Vasco, de 8 anos, fruto de uma relação terminada. A seu lado há seis anos a atriz conta com o apoio do namorado, o produtor Tiago Santiago, com que tem mantido uma relação longe dos holofotes. Desta vez, desvendou um pouco mais e partilhou as suas várias razões para sorrir, a nível pessoal e profissional.
– Aos 30, já faz 20 anos de carreira.
Ana Marta Ferreira – É verdade, quem diria. É surreal quando penso nisso. Este é o ano em que faço 20 anos de carreira e começo a olhar para tudo o que fiz. Tem sido um privilégio, uma sorte e um orgulho ter tantos projetos no meu currículo.
– Isso porque tem conseguido fazer projetos diversificados: teatro, cinema, televisão?
– O teatro, por acaso, não está tão presente quanto gostaria, e é uma arte que quero explorar melhor. Fiz duas peças… A minha área “mãe” é mesmo a novela, mas felizmente também tenho feito algum cinema e algumas séries.
– É um caminho que traz saudades?
– Claro, comecei muito cedo e sinto alguma nostalgia. De vez em quando repõem alguns projetos e acho imensa graça ver como era canastrona [risos]. A minha escola tem sido as produções que faço, as pessoas com que me cruzo.
– Sente que precisava do lado académico?
– Cheguei a andar numa escola profissional de interpretação, a EPI [Escola Profissional de Imagem], mas na altura era adolescente e acabei por não terminar. Apesar de não ter o Conservatório, faço vários workshops e vou-me cultivando, até porque acho que esse lado também é importante. E, felizmente, tenho tido a sorte de me cruzar com pessoas que me ensinam muito. Acho que só quando fiz as Doce [no filme Bem Bom e na série Doce, em que interpretou a cantora Laura Diogo] é que comecei a sentir a magia de ser atriz. Nas novelas é tudo muito rápido, os tempos apertados, e vamo-nos descobrindo ao longo dos projetos. Quando fazemos séries ou filmes e temos a sorte de ter ensaios mais profundos é que começamos a “brincar” a sério [risos].
– Alguma vez se sentiu rotulada como atriz de novelas?
– Isso acontece a qualquer pessoa que faça mais novelas, e, por vezes, acaba por ser um pouco mais complicado mostrarmos o nosso trabalho. Não percebo muito bem porque é que isso acontece, um ator é sempre um ator, em qualquer registo.
– Os atores trabalham muito com as emoções. É fácil chegar a casa, desligar e ser só a mãe de que o Vasco precisa?
– Tem dias, nem sempre é fácil, mas faz parte. O meu filho compreende muito bem o meu trabalho e conversamos imenso sobre tudo. Nesses dias explico-lhe que estou mais cansada, com menos paciência, e ele entende e aceita. A transparência é essencial em qualquer relação, seja com o meu filho, com o meu namorado ou com alguém da minha família. Cá em casa há muito respeito uns pelos outros e encontramos sempre forma de as coisas resultarem.
– Os trabalhos que aceita são escolhidos também em função do seu filho?
– Tenho guarda partilhada e nas semanas em que estou com ele tenho de fazer uma gestão diferente e mais apertada do tempo. Mas arranja-se sempre solução e ele também está mais crescido e tudo se torna mais flexível.
– É naturalmente descomplicada?
– Sou [risos]. Tento arranjar solução para tudo e não criar problemas onde eles não existem.
– Então vive a maternidade com tranquilidade.
– Tento, e não deixo de ter pulso firme. O Vasquinho é um miúdo superquerido e amoroso, mas também tem o seu lado rebelde e aí é preciso impor alguns limites.
– Quer voltar a ser mãe?
– Ainda sou nova e quero ter mais filhos, só não sei quando. Neste momento estou a desfrutar do Vasco com esta idade e estou a adorar, porque ele está mais independente, já temos conversas fantásticas. Ele até já me pede para ser ator [risos]. Acho que vou fazer o que os meus pais fizeram comigo, deixá-lo fazer um daqueles workshops para crianças para ele perceber se gosta, e depois logo se vê.
– Já namora há seis anos e pouco se sabe sobre a sua relação…
– Dou muito valor à minha privacidade e à dos que me rodeiam. O mais importante é que as pessoas me conheçam através do meu trabalho. O pouco que partilho nas redes sociais sobre o meu lado pessoal é sempre muito moderado. A minha vida pessoal é isso mesmo. Já passei por algumas situações mais chatas na altura da minha separação e percebi que não voltaria a abrir essa porta. Não escondo nada de ninguém, mas gosto mais de viver do que de partilhar a minha vida com os meus seguidores.