Carla Ascenção e Pedro Ribeiro estão juntos há 15 anos, celebram a 15 de agosto 12 anos de casados e têm feito da confiança a maior arma para o sucesso do seu relacionamento, que boa parte do tempo é vivido à distância. É que o amor incondicional que sentem um pelo outro e o respeito e admiração que nutrem pelo caminho de cada um fazem com que do longe se faça perto. E têm conseguido, desde há nove anos, altura em que o gestor se mudou para o Médio Oriente – onde lidera a maior empresa americana no setor de imobiliário na Arábia Saudita e no Dubai, estando envolvido nos maiores projetos de construção do mundo, as megacidades que ali irão nascer –, viver uma constante ponte aérea de sentimentos. Ponte essa que também faz parte da vida da filha, Isabelinha, de quase 4 anos, que desde os 9 meses viaja para o Médio Oriente.
A CARAS encontrou o casal no Algarve, durante as tradicionais férias em família, que não dispensam e que garantem ser fundamentais para desligar das responsabilidades profissionais, em especial para Pedro.
– Estas férias no Algarve são quase obrigatórias…
Carla Ascenção – Sim, fazemos questão de todos os anos estarmos juntos nesta época. É uma altura ótima para a Isabelinha estar com os primos, já que durante o ano nem sempre conseguimos conciliar agendas e as oportunidades tornam-se escassas. Por isso acho que este convívio familiar é benéfico para todos, além de ser uma boa oportunidade para conseguirmos relaxar.
– O Pedro continua no Dubai e em Riade e a Carla em constante ponte aérea.
– Sim, vou vivendo entre cá e lá. Aproveito mais ou menos o verão de lá e o verão de cá. Vou indo e voltando, sempre com a Isabelinha, e ela também já adora esta nossa vida. Ela viaja desde bebé, é uma realidade que conhece muito bem e já está muito habituada a esta logística de viajar ou de saber que o pai se vai ausentar. Sempre que vê um avião diz logo: “O meu papá vem naquele avião.” Já é realmente algo que encara com muita naturalidade.
– Pedro, os meses que passa sem a Carla e a Isabelinha estão a tornar-se mais fáceis ou cada vez mais difíceis?
Pedro Ribeiro – Cada vez mais difíceis, porque a Isabelinha se apercebe cada vez mais das coisas e das ausências. Felizmente, eu tenho muita autonomia e venho muitas vezes a casa, mas ir embora é sempre muito difícil, pois ela já pede para eu ficar. Mas não me posso queixar. Elas vão ter comigo numa altura em que aqui em Portugal é inverno e eu estou a passar 60% do meu tempo em Riade e os outros 40% no Dubai. Elas visitam-me também em Riade, mas maioritariamente no Dubai. Também temos lá um grupo de amigos portugueses, fazemos praia e sentimo-nos muito bem. E, felizmente, temos um apoio familiar muito grande por parte dos meus sogros, das tias e das primas, e isso acaba por ser uma grande ajuda para a Carla na minha ausência.
– Tenta compensar a Isabelinha das suas ausências?
– Sim, às vezes não da melhor forma. Tenho de ter noção de que tenho de saber dizer-lhe que não, mas, não tendo o privilégio de estar com ela todos os dias, acabo por fazer coisas que não devia [risos]. Mas hoje em dia já sei que ela já percebeu essa minha “fraqueza” e às vezes tira proveito dela. Mas é muito gratificante vê-la crescer, ser traquinas.
– E já sabe quando regressará a Portugal de vez?
– Tenho uma grande responsabilidade, que não é possível na Europa, pois estamos a construir 12 cidades na Arábia Saudita, metade do país, e a aposta que está a ser feita em mim pelos proprietários e príncipes faz com que me sinta na obrigação de acabar todos os projetos e, por isso, tão cedo não regressarei. A Carla tem-me apoiado desde o primeiro dia e, como ambos temos muita autonomia de movimento e eu sempre que há datas importantes estou cá, pelo menos até 2030 planeio lá ficar.
– Daqui a dois anos a Isabelinha entra no 1.º ciclo e já não poderá ausentar-se seis meses por ano. Aí tomarão outras decisões?
Carla – Para já, ela está no pré-escolar e temos muita liberdade, no futuro logo se vê. Já temos algumas ideias e planos em cima da mesa, mas ainda não está nada definido.
Pedro – A verdade é que com a vida que temos a Isabelinha também acaba por ter experiências que lhe dão outra abertura para o mundo.
– Como é que está a ser esta fase da Isabelinha?
Carla – É uma fase maravilhosa, estamos encantados. É incrível vê-la crescer e acompanhar o seu desenvolvimento. Nunca imaginei que a maternidade me trouxesse esta alegria constante.
Pedro – Adiámos um bocadinho a paternidade, mas se soubéssemos o que sabemos hoje não o tínhamos feito e tínhamos sido pais bem mais cedo. A Isabelinha enche a casa, é muito amorosa, é realmente espetacular.
– Isso quer dizer que ainda há possibilidade de aumentarem a família?
Carla – Acho que não [risos].
Pedro – Por mim, sem dúvida alguma [risos]. A verdade é que a Isabelinha é muito ativa e requer muita atenção. Às vezes não dá mesmo tempo para mais nada a não ser dar-lhe atenção. Por um lado é muito gratificante, mas também exaustivo. Tem muita personalidade [risos].
– É mais parecida com quem?
Carla – Comigo [risos]. Tem uma personalidade muito forte, determinada, sabe bem o que quer e ninguém consegue dar-lhe a volta nem fazê-la mudar de opinião em relação a nada [risos].
– Carla, e saudades da televisão, há?
– Acho que nunca se perde o bichinho da televisão, mas, felizmente, tenho trabalhado imenso na minha área, com a apresentação de eventos, congressos e conferências. Agora tenho disponibilidade total para o fazer e tem acontecido com muita regularidade. E depois também tenho estado a trabalhar muito com o digital e estou fascinada. Estou muito feliz com esta fase profissional da minha vida, que também me permite ter a autonomia e total liberdade de que preciso para a minha vida familiar. Foi algo que me custou muito a conquistar e de que não quero abdicar. Estou a gostar muito de ser eu a decisora da minha vida e dos meus horários. Mas estou sempre aberta a novos desafios, pois só assim me sinto realizada. Por isso, se um dia surgir um desafio que eu ache que vale muito a pena ou que seja irrecusável, certamente que voltar ao jornalismo ou à televisão pode ser uma hipótese.
– Qual o segredo para o sucesso da vossa relação?
Pedro – Confiança e apoio mútuo inquestionáveis. Muitas vezes, em termos da nossa agenda familiar, temos algo planeado que por vezes não conseguimos cumprir, e a Carla compreende isso a 100%. E depois a minha ausência também faz com que quando estamos juntos sintamos as borboletas no estômago que os namorados têm. A verdade é que se a Carla não fosse quem é e como é, seria impossível levar isto a bom porto. A Carla é realmente incrível, se não fosse ela eu não estaria onde estou hoje.
– Carla, que bonita declaração de amor.
– Faz-me destas declarações com muita frequência [risos], às vezes até nas redes sociais, e eu fico um bocadinho embaraçada [risos]. Ele é um eterno romântico e foi assim que me conquistou