Natural do Porto, Luigi Vilela Ferreira nasceu no dia 4 de novembro de 1985, filho mais velho de um casal de empresários do setor têxtil que há mais de três décadas abriu a Cenário Alfaiates. Tem um irmão mais novo, Francisco Ferreira, ex-jogador do Boavista Futebol Clube.
Luigi, como é conhecido artisticamente, sempre foi apaixonado por música, tendo-se estreado aos 17 anos, embora só tenha lançado o primeiro álbum em 2004, pelas mãos do produtor e compositor Pedro Saraiva (também conhecido por D.R. Sax e SirAiva).
Ivan Coletti, então responsável pelas bandas sonoras das novelas da TVI, escolheu o tema Os Teus Beijos São… para acompanhar as cenas dos protagonistas de Mistura Fina. Estava lançado o primeiro sucesso.
Em 2005 volta a emprestar voz a um tema de novela, desta feita Mundo Meu, também na TVI. A partir de 2009 envereda por uma carreira mais discreta, cantando nos casinos pelo país.
Vários acontecimentos dramáticos na sua vida fizeram com que entrasse em depressão e se afastasse daquilo que mais gosta, que é cantar. Agora está decidido a impor-se como cantor romântico, embora também goste de dar voz a temas com ritmos mais dançáveis.
– Como foi a sua infância, era uma criança feliz?
Luigi Vilela Ferreira – Os meus pais costumam dizer sempre, em tom de brincadeira, que fui feito a sorrir, por isso considero que sim.
– Estreou-se muito cedo na música. Como aconteceu isso?
– Desde cedo senti esse apelo, já no jardim de infância, onde queria sempre tomar as rédeas das produções das festas de fim de ano. Depois comecei a participar em concursos de karaoke,até que se tornou algo mais sério.
– Além de dar voz a um tema de novela, poderia ter tentado a sorte como ator. Nunca lhe passou isso pela cabeça?
– Sim, sempre, era até o meu objetivo inicial, uma vez que tinha estudado no Balleteatro do Porto (escola de dança e teatro).Mas a música falou mais alto.
– Desde sempre que é um cantor romântico. O romantismo está-lhe no sangue?
– Sem dúvida que sou romântico. Creio que herdei esse lado da minha mãe.
– O que o levou a fazer uma longa pausa na carreira musical?
– Como todos os artistas no mundo, fomos obviamente obrigados a parar devido à Covid-19. Confesso que tive outras coisas que me deixaram abalado ao ponto de me deixar cair em depressão. Perdi a minha tia, que considerava como mãe; perdi também o meu produtor, Tony Lemos, que se estava a tornar muito próximo de mim e a criar temas novos para um novo álbum; tive um casamento cancelado; a morte do meu cão, Moschino, que tanto amava, e um conjunto de outras coisas, que, sem dúvida, depois até me tornaram mais forte, mas confesso que sofri. Assim é a vida.
– Está arrependido de ter parado durante tanto tempo?
– Não me arrependo de nada, só mesmo daquilo que não faço, o resto é aprendizagem.
– Regressou porque cantar faz parte de si, certo?
– Sem dúvida. Como qualquer outra pessoa, eu nasci a cantar, mas “exagero” e canto sempre que posso, em que circunstância for e sempre que tenho oportunidade de o fazer.
– Quem são os seus ídolos na música? Há alguém que o inspire particularmente?
– Confesso que tenho imensos, até em géneros variados, e creio que nenhum artista no mundo pode negar que o tenha, porque somos e temos sempre influências ou inspirações. Iglesias e Luís Miguel coloco no topo como artistas que me inspiram e com os quais me identifico. Adoro o George Michael, para mim era dos artistas mais versáteis e completos que tive o prazer de ver e ouvir.
– Quis fazer esta produção fotográfica num hotel rural por algum motivo em especial?
– O meio rural transpõe-nos sempre para um estado de espírito mais intuitivo e de reflexão, além de que o espaço em questão é belíssimo e de uma enorme riqueza de pormenores, juntando todos os detalhes de um cenário perfeito até para um videoclipe, quem sabe…
– Quando se olha ao espelho, como se vê?
– Assumo que tenho fases, mas na maior parte das vezes vejo alguém que tem muita vaidade em si, sem que ela se eleve ou impere perante quem quer que seja.
– Tem uma grande ligação à família e o seu pai faz questão de ir a todos os seus espetáculos. A família é o seu grande pilar?
– Sem dúvida. Creio que o facto de andar “sempre” com o meu pai me prejudicava, porque muitas pessoas me chamavam “filho do papá”. Mas, como sempre digo, tenho muito tempo para ficar sem ele, então sigo aproveitando, ele é o meu maior ídolo e atualmente ajuda-me muito na gestão da minha carreira, ele e toda a minha família e agregados a ela.
– E como vamos de amores?
– Bem, mas é algo que guardo bem para mim.
– Que planos tem a médio e longo prazo?
– Mais músicas… Sinto com toda a força e a certeza de que ainda vem muito mais e melhor. A longo prazo, fazer um espetáculo no Coliseu do Porto é um objetivo que gostava de alcançar.
Agradecemos a colaboração de Maria Manuel Cyrne, Casa de Quintã, António Hildebrando, Gabriela Guedes e Cenário Alfaiates (Porto)