No Dia Mundial do Cancro, que hoje se assinala, personalidades como Bárbara Guimarães, Sofia Ribeiro, Joana Cruz, Gonçalo Diniz e Ana Bravo uniram-se a uma campanha especial para chamar a atenção para esta importante causa, partilhando nas redes sociais fotografias de pernas para o ar.
Utilizando o #DePernasParaOAr, estas figuras públicas deram voz à causa, sensibilizando para a prevenção e a luta contra o cancro. A iniciativa, que combinou criatividade e empatia, visou promover a reflexão sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e apoio a quem enfrenta esta doença, deixando mensagens de força, esperança e resiliência, e ecoando a necessidade de continuar a combater o estigma e o medo associados ao cancro.
Bárbara Guimarães: “Demorou até os meus pés sentirem de novo terra firme”
“De repente estava tudo ao contrário. A verdade é que demorou até os meus pés sentirem de novo terra firme; o melhor lugar do mundo é aqui, escondido na beleza simples das coisas.
É extraordinário descobrir a facilidade com que aceitamos a ideia de que o que vemos e sentimos é tão bom, quando tratado com simplicidade e com mais cuidado e amor.
Hoje, valorizo mais a vida; alimento-me de terra e água; da família e dos amigos de uns e de outros;
de todos.
Só assim e com eles consigo embelezar a paisagem desta minha nova vida.
No âmbito do Dia Mundial do Cancro, junto-me à campanha #DePernasParaOAr, promovida pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, para lembrar que cada história conta. Cada partilha inspira, une e ajuda a criar um sistema de cuidados mais humano e centrado nas pessoas.”
Paula Bollinger: “Algo me dizia que o meu chão só se desmoronaria se o permitisse”
“Lembro que dei três voltas ao redor do hospital do lado de fora, antes de ligar para a minha melhor amiga. O meu corpo parecia estar a queimar, não conseguia raciocinar, mas algo me dizia que o meu chão só se desmoronaria se eu permitisse. Deus esteve SEMPRE no controle, mesmo quando as forças pareciam ter acabado e quando resolvi escrever um testamento estúpido.
A frase que ficou tatuada nas minhas memórias foi ‘os seus órgãos vão estar comprometidos em menos de quatro meses’, ou seja, era o que me restava de vida… (mas eu estava disposta a renascer de qualquer estrago)
A minha filha tinha acabado de fazer 2 anos, não estava certo partir naquele momento! Foi uma corrida contra o tempo, comecei uma nova licenciatura, falei com médicos nos USA, Espanha, Portugal e Singapura (eu já esperava o não, mas tive o sim de todos – talvez pela abordagem desesperadamente sem vergonhas), tornaram-se os meus tutores e agora, os meus colegas.
Deus mudou o rumo da minha vida, ensinou-me que a minha saúde é a minha maior riqueza (por isso, hoje a qualquer espirro páro tudo, o organismo precisa ser respeitado e ter o seu tempo). O Senhor abriu-me as portas para uma nova profissão, onde posso cuidar de quem está a passar pelo pesadelo que eu vivi. Escuto, choro com elas/es, oro, e dou o meu melhor para que possam alcançar a cura
E o melhor, posso ver a minha Batatinha Doce todos os dias a crescer e tornar-se uma menina linda por dentro e por fora, agora com sete aninhos e a dizer que é apaixonada pela sua família. E claro, pude casar com o amor da minha vida, vestida de noiva e todas aquelas coisas que enchem o coração ❤️
Explicando melhor, fui diagnosticada com a bactéria h.pylori em estado já cancerígeno. Precisei de fazer tratamento para eliminar um tumor no esófago já num grau complicado e na vesícula. Esta bactéria é muito agressiva, sempre que tenho pacientes com ela explico bem a importância da sua erradicação!”
Ana Bravo: “A memória viva da minha mãe é tão cheia de momentos lindos e plenos”
“Os últimos 3 anos foram vividos numa bolha de amor.
A minha mãe foi e sempre será uma heroína, que viveu cada momento, desde o diagnóstico, com vontade de criar mais tempo.
Ensinou-nos, mais ainda, que a alegria pode estar presente em cada detalhe da vida, depende apenas da forma como a quisermos ver.
Tantas pessoas com quem conviveu não sabiam sequer do seu diagnóstico, porque não se queixava, preenchia vidas com esperança!
Escolheu assim.
A mim, enquanto cuidadora e pessoa que tanto ama este ser, ensinou-me sobretudo que o tempo é precioso! Que, quando estamos com alguém, é só a essa pessoa que faz sentido dedicar a nossa atenção, ou olharemos para trás e perceberemos que estivemos a tentar fazer tudo ao mesmo tempo: abraçar, ver o que se passa nas redes, gravar… e… foi-se!
A memória viva da minha mãe é tão cheia de momentos lindos e plenos. Quanto amor e quantas bênçãos!
A minha mãe sempre quis ser recordada pelo que a definia e não pela doença: um raio de luz, um amor sem fim. Aquela pessoa linda que chega e preenche, cuja companhia faz bem. Assim era, sempre foi e sempre será.”
Sofia Ribeiro: “Ensinou-me que um raio de sol e um mergulho no mar valem ouro!”
“Caiu na minha vida como uma daquelas chuvas torrenciais que faz a cidade parar e quando vemos, está tudo alagado. Não sabemos o que fazer, como encontrar um caminho para fugir e chegar ao destino.
Até que a chuva começa a acalmar, os carros voltam a andar, o trânsito começa a fluir lentamente e felizmente consigo chegar a casa.
Chegar a casa entenda-se, chegar a mim.
Porque até lá ia a todo o lado só para não ter que parar e olhar para mim.
Bizarro dizer que precisei do Cancro?
Precisei. Espero não o voltar a encontrar.
A verdade é que a consciência e confronto com a nossa fragilidade, no caso a minha.
Deu-me o respeito pela vida e por mim, que hoje sei que não tinha.
Acho mesmo que me deu vida. Deu-me alegria de viver, foco, determinação. Deu-me menos pressa mas mais sede. Mais doçura, calma, deu-me menos medos.
…Mas foi uma grande merda! Foi, então não.
Um ano qual “Matrix, a desviar-me das balas” e 9 meses depois de estar bem, foi a vez do meu pai!
E o cancro levou-mo.
Foi uma valente merda…
…Mas devolveu-me a mim, e a minha família…
Ensinou-me a perdoar.
Ensinou-me a parar.
Ensinou-me que um raio de sol e um mergulho no mar valem ouro!
Ensinou-me que o tempo é o nosso bem mais valioso.
Que o silêncio é a minha música favorita.
Ensinou-me a gostar da minha companhia.
Ensinou-me que a solidariedade chega como um abraço e que a amizade verdadeira, faz-se presente.
Que o amor pode curar.
Que o stress e a angústia adoecem.
Que a sensibilidade é qualidade que me fascina.
Que resiliência é sobrevivência.
Que o humor faz a vida mais leve…
Cada história é única e a forma como a vivemos também. Ao partilhar a nossa, não estamos só a dividir experiências, que só por si tantas vezes servem de aconchego. Estamos essencialmente a relembrar que infelizmente não acontece só aos outros. A relembrar a importância de olharmos para nós, de fazermos os nossos exames, porque um diagnóstico precoce vai mesmo ditar o final da história.
Desafio-vos a partilharem a vossa e a criarmos juntos com a @ligacontracancro uma corrente de esperança.”
Joana Cruz: “Cuida de ti. És a pessoa mais importante da tua vida”
“O cancro virou a minha vida de pernas para o ar… e 4 anos depois, de pés bem assentes na terra e cabeça no lugar, mando neste Dia Mundial do Cancro o meu abraço a quem já passou por um e a quem está no processo, desejo muito ânimo e força.
Estás bem? Que este dia seja mais um de troca de muito apoio, amor e empatia. A prevenção é o melhor passo para o sucesso. O diagnóstico precoce salva-nos. Tens os exames em dia? Cuida de ti. És a pessoa mais importante da tua vida.”
Gonçalo Diniz: “Deveríamos usar mais o pensamento positivo”
“O Cancro virou a minha vida de pernas para o ar…
É verdade!
Virou mesmo…
Mas foi exatamente aí que entendi o poder que temos connosco e deveríamos usar mais
O PENSAMENTO POSITIVO.
Não me interpretem mal quando digo que o pensamento é fundamental pois sei bem da dificuldade que é entender o que realmente significa e como funciona.
Mas uma coisa é certa,
Não digo que só o pensamento leve à cura.
Apenas digo que durante o processo se tivermos uma atitude boa perante a vida e pensar apenas em coisas boas e estar com pessoas que realmente estão lá para ti garantidamente teremos uma vida bem melhor.
Pois se para os mais cépticos acham que não muda nada…
Então, porque optar por uma visão mais dolorosa?
Mais difícil e com medos? Se não muda nada…
Faz sentido?
Para mim sim.
Por isso mesmo no âmbito do Dia Mundial do Cancro
Junto-me à campanha #DePernasParaOAr promovido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, para lembrar que cada história conta.
Cada partilha inspira, une e ajuda a criar um sistema de cuidados mais humanos e centrados nas pessoas“
Veja o vídeo da campanha: