Figura incontornável da literatura portuguesa e defensora fervorosa dos direitos das mulheres, Maria Teresa Horta morreu hoje, 4 de fevereiro, aos 87 anos.
“Uma perda de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo, a quem Maria Teresa Horta dedicou, orgulhosamente, grande parte da sua vida. A Dom Quixote, sua editora, lamenta o desaparecimento de uma das personalidades mais notáveis e admiráveis do nosso tempo, reconhecida defensora dos direitos das mulheres e da liberdade, numa altura em que nem sempre era fácil assumi-lo, autora de uma obra que ficará para sempre na memória de várias gerações de leitores, e que ainda há bem pouco tempo foi eleita, pela BBC, uma das “100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo”, pode ler-se num comunicado da editora Dom Quixote.
Nascida em Lisboa, em 1937, destacou-se como uma das “três Marias”, a par de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, que lançaram em 1972 a obra Novas Cartas Portuguesas, que desafiou o regime salazarista e se tornou um marco na luta pela liberdade de expressão e igualdade de género.
Ao longo da sua carreira, a escritora publicou diversas obras de poesia, romance e ensaio, sempre pautadas por uma escrita intensa e comprometida com causas sociais. A sua dedicação ao feminismo e à literatura rendeu-lhe reconhecimento nacional e internacional, consolidando-a como uma voz essencial na cultura lusófona.
Em março de 2024, a escritora Patrícia Reis lançou a biografia A Desobediente, uma obra que retrata a vida e a carreira de Maria Teresa Horta, destacando a sua coragem e determinação em tempos adversos.
Maria Teresa Horta deixa um testemunho de resistência, paixão e compromisso com a justiça social, que perdurará nas páginas que escreveu e nas vidas que tocou.