
Após ter sido indicada para os Golden Globes pelo seu papel no filme de Gia Coppola The Last Showgirl e para os SAG Awards, Pamela Anderson ficou fora da corrida para os Óscares, mas continua a viver um momento ímpar na sua carreira quando nada o fazia prever. “Na verdade, acho que desisti [de ser atriz] e fui para o meu jardim fazer picles, compotas e escrever um livro de receitas e pensei: ‘Vou tornar a minha vida bonita, aconteça o que acontecer.’ Mas depois o meu filho trouxe-me o guião e eu li-o e comecei a chorar”, disse numa das entrevistas dadas por altura da promoção do filme que a trouxe de volta a Hollywood.
Aquela que foi um ícone nos anos 90 depois de aparecer na Playboy e integrar a série Maré Vivas, mas que se afastou da ribalta após sucessivos escândalos pessoais e alguns fiascos na sua carreira, está de regresso e mais forte do que nunca, naquilo que lhe parecia impossível acontecer aos 57 anos.

Além de ver o seu talento reconhecido como nunca fora anteriormente, a atriz canadiana soma convites das marcas de luxo para se sentar na primeira fila das suas apresentações. “Tudo isto é inesperado e emocionante. Digo sempre que a vitória está no trabalho. Consegui fazer algo que realmente adoro e precisava de o fazer para a minha alma”, referiu numa conversa com Martha Stewart na Elle americana.
Recentemente, marcou presença no desfile da Dior alta-costura para a primavera-verão 2025, em Paris, apostando num visual monocromático cinza, bolsa Lady Dior e uma tiara com um véu a cobrir-lhe o rosto, que adicionou um toque sofisticado. Mais uma vez, surgiu sem maquilhagem, reafirmando o seu compromisso com o visual natural que adotou nos últimos meses e que repetiu na apresentação da coleção Chanel e Jacquemus, na qual também foi uma das convidadas especiais. Pamela confessou, no entanto, que, apesar de todos os elogios e da atenção recebida, não deixa que estes lhe subam à cabeça. “Vou fingir que pertenço a este lugar. É tudo tão surreal. Às vezes, acordo a meio da noite e penso como é que isto aconteceu?”, contou.

De pazes feitas com o passado – nem o roubo da cassete de vídeo em que aparecia a fazer sexo com o ex-marido, o músico Tommy Lee, de quem tem dois filhos, Brandon, e Dylan, a incomoda –, a atriz assume toda a sua caminhada e mantém-se segura. “Quero que me vejam como pessoa e depois como atriz e toda a minha experiência de vida foi apenas pesquisa. Não tenho vergonha da minha vida. Claro que, em retrospetiva, poderia ter feito as coisas de forma diferente, mas precisava da experiência de vida para me ensinar isso. E não venho de uma família de atores, artistas, cozinheiros, nem nada disso. Sempre soube que era uma pessoa única, que podia criar a vida que quisesse, mas não tinha referências nem orientação. Por isso, isto tem sido o faroeste até agora”, sublinhou.
Fotos: Cortesia Dior/Getty Images e @jacquemus