
A menos de um mês para a cerimónia dos Óscares 2025, marcada para a madrugada de 3 março (horário de Portugal), com transmissão na RTP e no canal de streaming Disney+, Timothée Chalamet é um dos fortes candidatos a vencer na categoria de Ator Principal pelo desempenho como Bob Dylan no filme biográfico Um Completo Desconhecido. E mesmo que não veja o seu trabalho reconhecido com a estatueta dourada, o artista de 29 anos, já fez história por ter entrado no grupo restrito de atores duplamente nomeados antes dos 30 anos. A primeira aconteceu quando tinha 22 anos com Chama-me pelo Teu Nome (Netflix), de Luca Guadagnino, para o qual chegou a aprender italiano.
A carreira de Chalamet, que começou quando ainda era teenager em séries premiadas como Homeland – Segurança Nacional, com Claire Daines como protagonista, tem sido bafejada pela sorte, mesmo que esta seja também o resultado da sua entrega em cada desafio que aceita.

Recentemente, o ator norte-americano, que também tem origem (e dupla nacionalidade) francesa por parte do pai, o jornalista Marc Chalamet, ultrapassou John Travolta como o artista cujos filmes obtiveram as maiores receitas de bilheteira durante dois anos consecutivos com Dune: Parte II e Wonka, que arrecadaram mais de mil milhões de euros. E caso vença o Óscar este ano, passará a ser o ator mais novo de sempre a ganhar nesta categoria, destronando Adrien Brody em O Pianista.
Tímido e reservado, este nova-iorquino que chegou a frequentar o curso de Antropologia Cultural em Columbia, uma das mais reputadas universidades americanas, do qual desistiu para se focar na carreira como ator, dá poucas entrevistas e apenas para promoção do seu trabalho, facto que o levou à rádio NPR, onde falou sobre o desempenho em Um Completo Desconhecido. Interpretar uma lenda vida da música e poesia como Bob Dylan podia ter-lhe trazido o maior dissabor da sua vida, mas a sua entrega total, na qual os pormenores fazem seguramente a diferença – é também ele quem canta e toca no filme – acabou por ser altamente recompensada. Ninguém ousa dizer que não é o Nobel da Literatura de 2016 quem está no ecrã. “Foi um processo de osmose. Fiz todo o trabalho, físico, comportamental. Também engordei [quase 10 quilos]”, contou. Ainda que Dylan fosse magro, o ator era ainda mais e teve de ganhar volume para o papel. Como também aprendeu a “cantar, falar, tocar harmónica, andar e mover-se como Dylan”, assegurou “A autenticidade precisa de ser sentida”, explicou. Falta-lhe, apenas, conhecer o músico, o que gostaria muito que acontecesse. “Não sabia muito sobre o Bob Dylan, mas depois de ter trabalhado tanto nisto, amo-o. Estou profundamente apaixonado por este homem e pelo seu trabalho”, contou no talk-show de Graham Norton.

Mas se a marca do talento há muito está inscrita na sua pele, tem também outras características que potenciam aquilo que, em Hollywood, se apelida de “star quality”. Quase andrógino, arrisca nas escolhas que ostenta, sobretudo, na passadeira vermelha, o que já lhe valeu o título do homem mais influente da moda pela Vogue e o tornou um ícone de estilo.

O seu namoro com Kylie Jenner, que começou 2023 de forma quase secreta, é outra peça fundamental. Tão improvável quando duradouro, tem dado que falar. Nenhum deles se pronuncia sobre a relação e pouco se expõem, mas nos momentos importantes estão publicamente ao lado um do outro.
A irmã de Kim Kardashian esteve ao lado de Chalamet na última edição dos Golden Globes, embora só tenha aparecido no jantar, e é esperado que vá com ele aos Óscares.