
Antes do arranque das gravações do seu próximo trabalho, uma novela da SIC que marca o seu regresso aos papéis de protagonista dos quais estava afastada há alguns anos, Cláudia Vieira esteve na ModaLisboa, que decorreu no Pátio da Galé, na capital, para assistir ao desfile de Luís Carvalho, de quem segue com atenção o trabalho e que a veste nas ocasiões mais especiais. A amizade que têm é bem conhecida, e por isso não podia faltar no dia em que ele apresentou a coleção outono//inverno 2025-2026.
Para o homenagear, a atriz, de 46 anos, usou dois coordenados assinados pelo designer e que a fizeram arriscar nos bastidores e na primeira fila do desfile. No primeiro conjunto, sobressaem as bolas num assimétrico em tons branco e preto, no outro, um fato de calças e blazer oversize, mas é a tonalidade cinza e a estrutura que lhe conferem uma elegância intemporal com toque de modernidade. “Gosto desta versão camaleónica. Sabem-me bem estes dias. É verdade que é muito intenso, estou imenso tempo numa cadeira a ser maquilhada e penteada, mas ao mesmo tempo estou com pessoas de quem gosto, estou a conversar. É sempre prazeroso”, disse.

Em breve, a mudança poderá ser maior e mais consistente, pois está a iniciar um novo projeto, que é, desde já, um enorme desafio na sua carreira de mais de duas décadas, celebradas recentemente. “Vou mudar o visual. Os testes de imagem são na próxima semana. Hoje ainda sou eu, mas a brincar um bocadinho com a minha imagem. É raríssimo apresentar-me de cabelo liso, não é a minha imagem. Cabelo comprido, sim, mas com as minhas ondas, numa versão mais solta e mais selvagem. Mas quando aqui chego e me entrego nas mãos desta caracterização, sou eu a fugir para outro registo. Façam o que quiserem, porque isto é moda. Estou entregue nas mãos dos profissionais certos para me transformarem ou não, mas para fugir um bocadinho do meu registo”, contou quando ficou pronta.
Para a nova personagem também não tem medo de arriscar. “Estou disponível para fazerem o que quiserem, mesmo que tenham de cortar muito, mas já sei que querem o cabelo comprido, logo, não vai haver grandes mudanças.”
A maior mudança acontecerá dentro dela. Para dar vida a uma mulher a quem roubam os filhos, que crescem longe dela e, mais tarde, não a aceitam, Cláudia sabe que vai ter longos e intensos meses de trabalho e emoções que vão mexer com o seu interior. “Sou uma atriz que não leva para casa as personagens, mas há as que nos drenam e já percebi, só pelas semanas de ensaios, em que já chorei, que vou precisar daquele momento no carro entre estúdio e casa para a arrumar. Não tenho de viver com esta densidade, este drama todo, mas estou a sentir muito as dores dela, porque são dores que envolvem o papel de mãe, que também é o meu. Isso é altamente pesado, angustiante e dramático”, sublinhou.

Inevitavelmente, a rotina da família, na qual está muito presente, também será um pouco afetada este ano e a filha mais nova, Caetana, de 5 anos, da relação com o empresário João Alves, será certamente a que mais sentirá. “Vai sentir a ausência da mãe, até porque a última protagonista que fiz ainda estava grávida dela. A Caetana ainda não sabe o que é a mãe a fazer uma novela com uma personagem destas, com uma carga imensa. Vamos ter de fazer uma pequena adaptação, porque ela agora está muito apegada a mim e eu, em vez de estar a fazer o ‘desmame’, estou a aproveitá-la enquanto posso, a ir levá-la e buscá-la à escola e isto pode não correr bem.” Com a mais velha, Maria, de 14 anos, que se encontra na adolescência, a atriz tem outras preocupações e não são menores. “A Maria está numa outra fase, com muita vida, mais independente, mas também a precisar muito da mãe próxima. As duas precisam muito de mim. A minha vida vai ser uma ginástica. Nada de novo, mas realmente vai ser um ano intenso e vou precisar de uma gestão familiar bem feita. Belisco a vida social e o tempo para mim. É sempre assim”, assumiu.
Para compensar algumas ausências, pensou, no entanto, cumprir alguns dos objetivos familiares antes de começar as gravações e fez, neste início de ano, duas viagens que não podia falhar: Paris e ilha do Sal. “Tenho feito alguns ‘checks’ na lista. Estava combinado irmos à Disney, então toca a antecipar e já fomos, pois sei que vou entrar num ritmo de trabalho avassalador. Também tinha falado com os meus irmãos [Sérgio e Carina Vieira] em fazermos uma viagem só nós, sem mais ninguém, e consegui numa data espetacular, o aniversário do meu irmão, mas também antecipando, senão sabia que não ia acontecer. E foi incrível.”