
Foi num evento da Malo Clinic, que decorreu no restaurante Le Bleu, em Lisboa, que Manuel Marques falou com a CARAS sobre o momento atual da sua carreira e partilhou reflexões mais profundas sobre o mundo em que vivemos.
Em palco com a comédia Swing, ao lado de Diogo Morgado, Diana Nicolau e Susana Blazer, o ator confessa estar a divertir-se bastante com o projeto: “Continuo a divertir-me a trabalhar, felizmente.” E, apesar da energia descontraída, garante que mantém o profissionalismo: “Sou muito perfecionista, mas é muito raro chatear-me. No trabalho, não me chateio com nada. Só me desiludo com pessoas, fora do trabalho.” Com o humor que o caracteriza, Manuel admite que até o seu bom feitio tem limites: “Às vezes, não sou assim tão fácil.”

Quando o tema muda para o estado do mundo, o tom torna-se mais sério. “É difícil olhar para o que se passa no mundo de forma cómica. Espero que seja só uma fase. Parece que estamos a regredir. Sou de uma geração que viveu grandes transformações, muito benéficas para a humanidade, e estar a ver tudo a regredir é complicado para mim. Sou da geração que viu a queda do Muro de Berlim, a libertação de Mandela, a independência de Timor… E agora parece que está tudo a regredir, que não aprendemos nada.” O ator defende, por isso, a importância de se debater a história recente, sobretudo com as gerações mais novas: “Nas escolas, devia dar-se mais ênfase à história depois da II Guerra Mundial. É fundamental para que não se repitam os mesmos erros.” Apesar de tudo, Manuel acredita que o teatro e o humor continuam a ser formas de contribuir para um mundo melhor. “Faço a minha parte através do teatro e na educação das minhas filhas.”