Hugo Chávez morreu esta terça-feira, dia 5, em Caracas. A notícia foi confirmada em
comunicado pelo vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O chefe de Estado da Venezuela tinha 58 anos e durante os 14 em que dirigiu o
país tornou-se num dos líderes mais controversos da América Latina.
Chávez lutava contra um cancro desde 2011, fez vários tratamentos em Cuba, mas
a doença acabou por vencer a batalha.
Militar reformado, Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela em 1999 e promoveu
grandes mudanças na política e na economia do país. Em 2006, já depois de ter
nacionalizado empresas privadas, mudado a Constituição e até o fuso horário do
país, foi reeleito com mais de 62% dos votos e, seis anos depois, com 54%.
Depois das últimas eleições foram poucas as vezes em que apareceu em público
devido à sua saúde. Esta ausência originou, desde logo, rumores de que a doença
poderia ser muito mais grave do que se pensava e que o Governo poderia estar a
ocultar informações.
A 10 de junho de 2011, a imprensa anunciou que Chávez tinha sido operado de
urgência em Cuba devido a um problema na região pélvica e, apesar das diversas
tentativas do Governo de desvalorizar o assunto, o presidente acabou por
confirmar, vinte dias depois, que se tratava de um tumor. “É o meu novo visual”, disse o líder venezuelano em agosto do mesmo
ano quando apareceu em público de cabelo rapado. Em outubro fez novos exames em
Cuba e disse estar “livre da doença”.
No início de fevereiro deste ano anunciou que seria novamente operado, devido a
um problema semelhante ao que tinha tido em 2011. Foi depois submetido a
tratamentos de radioterapia, mas acabou por não resistir.
Nas últimas semanas foram muitos os rumores que afirmavam que o chefe de Estado
venezuelano estava muito debilitado e que, inclusivamente, poderia já estar
morto. O Governo desmentiu sempre as notícias que falavam da gravidade do seu
estado de saúde, até esta segunda-feira, em que o ministro de Comunicação e Informação
da Venezuela afirmou, através das rádios e televisões, que Hugo
Chávez apresentava
“uma nova e grave infeção” e que permanecia num “estado
muito delicado”. “A função respiratória relacionada com o
estado de imunodepressão próprio da sua situação clínica piorou”, disse
ainda Ernesto Villegas.