A escolha de… Júlio Resende

Júlio Resende tem um background na música clássica mas cedo descobriu que não ficava satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais em que não pudesse impro­visar. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universida­de Nova de Lisboa, é atualmente professor de piano-jazz na Universidade de Aveiro.
Gravou o primeiro disco em 2007, Da Alma, tornando-se o mais jovem músico nacional a editar um disco para a prestigiada editora de jazz Clean Feed. Depois de Assim Falava Jazzatustra e de You Taste Like a Song, o pianista edita agora um disco a solo em que recria ao piano temas de Amália Rodrigues. “Uma forma de tocar o português que há em mim”, afirma.
O FILME – Pina, de Wim Wenders
A voz pode mentir, mas o corpo não. O corpo não consegue mentir. Para mim, a dança é a música do corpo. Este filme, filmado de um modo soberbo também em 3D, é uma homenagem a uma grande mulher e à sua magnífica arte de dizer com o corpo tudo o nos acontece: a bailarina e coreógrafa alemã Pina Bausch.
O LIVRO – “Histórias Falsas”
Da autoria de Gonçalo M. Tavares. Um pequeno belo livro de um escritor genial.
O FIM DE SEMANA – Paris
Depois de Lisboa, Paris é uma cidade que adoro. É de aproveitar para ir ao Caveau des Oubliettes, antiga masmorra junto à Notre Dame que agora é um clube de jazz, e à livraria Shakespeare.
CONCERTO – Vários
Já vi demasiados concertos para destacar um só. Saliento apenas que assistir a espetáculos de música ao vivo é uma experiência tão benéfica que devia começar a ser considerado terapia semanal por todos nós (a alma afeta o corpo, bem o sabe o amor).
RESTAURANTE E BAR – Fábrica do Braço de Prata
Um sítio único no mundo: livraria, exposições, música, dança e uma esplanada gigante. Uma antiga fábrica de guerra transformada em fábrica de cultura. É soberbo.
A VIAGEM – ‘Roadtrip’ por Itália
Uma roadtrip por Itália com grandes amigos de Universidade. Itália é um país muito belo onde tudo normalmente corre bem, desde o ver ao comer.
O DISCO – The Koln Concert, de Keith Jarrett
Da beleza. Podia ser o epíteto deste senhor, Keith Jarrett, “o belo”. Depois de ouvirem este concerto podem ir investigar sobre a forma como foi feito. Mas sentem-se, relaxem, ponham a tocar e vivam um pouco.