Em pleno deserto de Mojave, no sul do Nevada, os lençóis de água escondidos no subsolo tornavam um certo vale verdejante. E foi por isso mesmo que na primeira metade do séc. XIX, os primeiros europeus a chegarem à região, então parte integrante do México, lhe deram o nome de Las Vegas Valley (O Vale dos Prados). Não foi, porém, graças à agricultura que Las Vegas se tornou uma das cidades mais famosas do mundo. Esse estatuto deve-o, isso sim, ao facto de, a partir dos anos 30 do século passado, se ter tornado o paraíso da diversão. Pelo menos para quem diversão é sinónimo de animação noturna “in the american way”: muito luxo e exibição de sinais exteriores de riqueza, jogo – todo o tipo de jogo que o dinheiro pode pagar –, showbusiness e, claro, turismo sexual.
Construída à imagem e semelhança do novo-riquismo americano, Las Vegas é o top do bling-bling: nela tudo brilha e rebrilha de dia e de noite. Desde os resorts a replicar, de forma assumidamente kitsch, monumentos mundialmente famosos, como pirâmides egípcias, palazzos venezianos ou a Torre Eiffel, às slot machines e roletas que não param de girar 24 horas sobre 24, à miríade de néons que tinge a cidade de todas as cores nas horas em que todos deveriam estar a dormir, mas todos estão precisamente a fazer o contrário: a jogar, a beber, a traficar corpos ou a assistir aos mil e um espetáculos em cartaz: de concertos de grandes nomes do music hall a musicais para todos os gostos e bolsas.
E é, também, durante uma destas noites de farra que, muitas vezes sob o entusiasmo de alguns excessos de substâncias, muitos decidem, de um momento para o outro, casar-se com o companheiro do momento. E capelas onde o fazer não faltam, também elas a funcionar non stop. Felizmente para a maioria dos turistas estrangeiros, estes casamentos não têm valor legal se não forem depois registados nos seus respetivos países.
Las Vegas: O paraíso da diversão
A cidade norte-americana é sinónimo de animação noturna.