Sempre que lhes detecta o aroma, Diogo Granja Lopes sorri. O chef pasteleiro do hotel Ritz Four Seasons é fã de doces mas o seu preferido são as rabanadas. “Basta o cheiro para me deixar feliz, há sempre em minha casa”, conta à Apetece. “A minha mãe ensinou-me a molhar o pão envelhecido no leite mas eu gosto de o fazer em creme inglês”, confessa.
Mas esta não é a única dica que partilha: até “nesse” creme inglês untuoso, mais rico, gosta de colocar uma vagem de baunilha e canela em pó, em vez do tradicional açúcar. Depois, basta fritar. A casa fica perfumada ao ponto de o fazer sorrir.
Na mesa do chef, os doces são sempre reis. Tartes de amêndoa e troncos de Natal de chocolate e doce de ovo estão sempre presentes, assim como os sonhos. Sobremesas de travessa também não faltam e, às vezes, aparecem outsiders como “tiramisu” que acaba por brilhar, no meio dos mais tradicionais.
“Um Natal sem rabanadas não é Natal”, assinala Filipe Carvalho, chef do 50 Seconds. “A minha mãe fá-las com pão duro, uma calda com base de açúcar, água, casca de limão e canela. Embebe o pão nessa calda e gema de ovo, e frita. Depois, levam apenas açúcar e canela e a calda leva mel”, garante.
Se, aos 12 anos, começou a fazer cursos de culinária, Juliana Penteado admite que o tema sempre foi “forte e latente”. A pastelaria revelou-se paixão desde essa altura por ser “delicado, feminino e algo que, na cozinha, era difícil de explorar”. Apesar de ser brasileira a viver em Portugal, nunca faltam na mesa de Natal tradicionais doces de ovos. É que a paixão pelo país vai até à mesa brasileira como ao negócio de todos os dias, depois de criar a Barú Pastry, projeto de pastelaria com óleos essenciais nascido depois de uma viagem que fez pelo país inteiro. “Os doces portugueses são doces mais ricos, com açúcar, gordura, gema. Existe uma riqueza cultural e uma história enorme”, assinala.
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