Na passarela,
Erika Oliveira, de 28 anos, é uma manequim segura cuja presença não deixa ninguém indiferente. Aliás, foi o seu profissionalismo e uma carreira que já conta com quase 12 anos que lhe valeram este ano o Globo de Ouro para Melhor Modelo Feminino. Se na moda Erika dá nas vistas, no seu dia-a-dia, a manequim e
booker da Loft-Elite é uma mulher simples e descontraída. Filha de pai português e mãe angolana, quis o destino que fosse nascer no Brasil. Com mais três irmãs, Erika cresceu numa família unida que ainda hoje é a sua maior referência. Entre a moda e a vida de todos os dias, a modelo vive ao sabor do momento, sem pressas para saber o que o futuro lhe reserva.
Foi sobre o sucesso, a moda e a mulher que está por detrás das passarelas que a CARAS falou com Erika, depois de uma produção fotográfica no coração de Lisboa.
– Como foi crescer numa casa cheia de mulheres?
Erika – Foi maravilhoso. Adorei! E um dia, se tiver filhos, gostaria de lhes poder proporcionar a mesma experiência. Quando são só mulheres, há um espírito de lealdade e de confiança muito grande. Estamos lá sempre umas para as outras, independentemente do que possa acontecer. Conversamos muito mais do que os homens, e sobre tudo. É muito íntimo.
– E não havia aquelas zangas de irmãs?
– Não. Nunca nos zangámos. Por isso é que me faz imensa confusão quando alguém diz que não fala com um irmão. Somos uma família muito unida.
– Pode dizer-se que é produto da mistura de duas culturas. O que é que tem na sua personalidade do Brasil e de Portugal?
– Do Brasil, tenho um espírito muito prático, é a expressão:
"bola prà frente, que atrás vem gente". É a filosofia de não nos agarrarmos às coisas más. Quando uma coisa corre mal, sigo em frente. E os portugueses não são tão optimistas… Questionam tudo, voltam atrás… De Portugal, tenho o sentido forte da amizade. Aqui, as amizades são mais verdadeiras. Os portugueses são muito leais.
– Gosta de fazer planos?
– Não. [risos] Vivo muito ao sabor do momento. Adorava planear as coisas e ter tudo definido. Acho que não é muito bom viver sem planos. Quer dizer, por um lado, acaba por ser bom, porque se as coisas não dão certo, não me agarro às coisas e não sinto tanto a perda.
– Mas não sente a necessidade de ter alguma estabilidade?
– Sinto. E há coisas que são estáveis na minha vida, como o meu trabalho de
booker na agência. Deu-me responsabilidade, porque tenho horas para me levantar e obrigações, e penso que isso é muito útil. A profissão de manequim não tem muito disso, porque nunca sabemos o que vamos fazer no dia a seguir. E eu também não consigo viver com essa instabilidade de ficar à espera que o telefone toque para ver se tenho ou não trabalho.
– Desde os 17 anos que é manequim. O que é que a atraiu neste mundo?
– A possibilidade de viajar e de viver o inesperado. Se, por um lado, gosto de sentir que tenho uma vida segura, por outro, adoro a aventura e os desafios que surgem de repente. Preciso de experimentar coisas novas. E, claro, o dinheiro. Com 17 anos já recebia como gente grande. E a moda permitiu-me estudar. Aqui em Portugal não é difícil conciliar a moda com os estudos.
– Sei que é uma pessoa discreta. Como é que lida com o facto de ser conhecida?
– Faz-me muita confusão ver-me numa revista como Erika. Se estou num desfile e saio numa fotografia, não me custa nada, porque estou em trabalho. Gosto muito do anonimato. A minha vantagem é que sou muito distraída e não reparo se as pessoas olham ou não para mim quando estou na rua.
– É uma pessoa competitiva? Gosta de ser a melhor?
– É óbvio que gosto de fazer um bom trabalho. Agora cabe aos outros dizerem se sou ou não a melhor… Se calhar deveria ser mais competitiva, mas não sou muito.
– Quem é a Erika fora das passarelas?
– Sou uma pessoa muito descontraída e enérgica. Tenho de estar sempre a fazer coisas. Adoro estar com os meus amigos e ter tempo livre. Sinto-me muito bem quando estou em grupo, não gosto de estar sozinha. Eu nem vejo futebol, mas vai tudo lá para casa para ver os jogos.
– Sente que, por causa da moda, deixou a sua vida pessoal para segundo plano?
– Não. Sei que perdi certas ocasiões ou momentos devido ao meu trabalho, mas não abdiquei da minha vida. E estou sempre a tentar compensar a minha família e amigos pelos momentos em que não posso estar com eles. Se falho em alguns dias, estou lá noutros.
– Casar-se e ter filhos são desejos que quer realizar?
– Claro que quero passar pela experiência de ser mãe. Acho que deve ser uma fase muito bonita da vida de uma mulher. Casar-me já não é algo que queira, mas não coloco essa hipótese totalmente de parte. Se tiver de acontecer, acontece. E se me casar, vai ser, de certeza, algo muito descontraído, como eu.
Erika Oliveira: “Se calhar, deveria ser mais competitiva, mas não sou”
A vencedora do Globo de Ouro para Melhor Modelo revela como lida com a fama e o sucesso
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