Ricardo Guedes, de 31 anos, e
Débora Montenegro, de 26, namoram há mais de dois anos, mas quem fale com eles fica com a sensação de que a relação tem apenas umas semanas. Os constantes gestos de ternura, as gargalhadas partilhadas e as declarações públicas de amor são apenas alguns dos gestos que permitem a este casal de manequins viver em permanente clima de lua-de-mel. Por isso, é com naturalidade que dizem que não têm qualquer rotina instalada na sua relação e que continuam a sentir aquelas ‘borboletas na barriga’ que caracterizam a fase inicial dos namoros.
Os manequins anteciparam o seu
réveillon e fizeram a festa no Castelo da CARAS, em Alcácer do Sal, onde partilharam os segredos desta história de amor.
– Fazem questão de festejar a passagem de ano?
Débora Montenegro – Eu tinha o hábito de passar sempre a data fora, até conhecer o Ricardo. Ia sempre para o Brasil, Cabo Verde… Agora, passamos em família, o que também é agradável, mas acho que este ano vamos passar lá fora, não é,
baby?
Ricardo Guedes – [silêncio] É… [risos] Pois, desde que o
Tiago nasceu [o filho, de seis anos], passo sempre o fim de ano em família. Também nesta altura toda a gente quer festejar e está tudo cheio, por isso, acabo por não fazer grandes planos. Costumo ficar sempre com os meus pais, os meus avós e é ótimo entrarmos num novo ano com as pessoas de quem mais gostamos. Mas como a Débora diz, também não é nada mau acabar o ano num sítio com calor… Assim, vou apanhar grandes ondas e venho com um bronzeado novo.
Débora – Este ano, se tudo correr bem, vamos para a Tailândia e depois para a Indonésia. Já fomos os dois a Bali, mas ainda não conheço a Tailândia. Quando tiramos férias, temos mesmo de ir para um destino com calor. É uma condição obrigatória.
– À primeira vista, o Ricardo parece ser muito mais uma pessoa dada à diversão e a experiências mais radicais do que às rotinas familiares. Mas, com o que está a dizer, essa ideia cai por terra…
Ricardo – Os meus pais sempre nos habituaram a estarmos todos juntos e a valorizar esses momentos. Quando posso, gosto de estar com a minha família. É ali que está o valor da vida.
Débora – Eu também sou muito ligada à minha família, mas como vejo pelo Ricardo, no Norte as pessoas têm mais o hábito de estarem juntas. Eu também adoro a minha avó e, se pudesse, estaria todos os dias com ela. Mas lá em cima parece que é mais fácil criar estas rotinas.
– Por falar em rotinas, tem sido fácil evitarem a monotonia que, mais cedo ou mais tarde, acaba por se instalar em qualquer relação?
Ricardo – Continuamos a viver este namoro como se fosse o primeiro dia. Temos uma vida muito simples, com imenso tempo livre, e isso ajuda a que tenhamos rotinas diferentes. Podemos ter um jantar romântico de dois em dois dias.
Débora – Nós vivemos juntos, mas se calhar só à noite é que nos encontramos. Por isso, nunca caímos na rotina. É sempre bom, quando chegamos a casa, podermos estar um com o outro. Lutamos contra a monotonia. Nem eu nem o Ricardo gostamos de rotinas e inventamos coisas novas para fazer.
– Pode não haver rotinas, mas já se conhecem e, por isso, já não é aquela novidade como no princípio do namoro…
Ricardo – A Débora consegue surpreender-me todos os dias. Por exemplo, ela não cozinhava e desde que estamos juntos já experimentei mais de trinta pratos feitos por ela. E este tipo de atitude ajuda a que não sintamos aquela monotonia.
– Nem tudo corre sempre bem numa relação. Como é que lidam com os momentos menos bons?
– Ela consegue fazer-me rir e a partir daí já nem consigo ficar aborrecido. Posso ver as coisas desarrumadas e não gosto, mas depois passa tudo.
Débora – A vida é curta para estarmos aborrecidos. Não perdemos tempo com isso. Claro que às vezes nos chateamos, mas passado pouco tempo já esquecemos.
– Há ciúmes na vossa relação ou também não há espaço para isso?
Ricardo – Eu sou um bocadinho mais ciumento… Quem tem ciúmes é quem gosta, mas até isso é falado entre nós.
Débora – É bom ter ciúmes quando não é uma coisa doentia. E os nossos são saudáveis.
– Ao longo destes dois anos e dois meses, o que é que mais têm aprendido um com o outro?
Ricardo – Eu adoro a forma como a Débora vê as coisas. Se lhe digo:
"Olha, gata, amanhã temos de ir para a Tailândia"; ela diz:
"Vamos." Desde que a conheço, a Débora é o verbo ir. Assim, estamos sempre prontos para fazer coisas diferentes. A nossa sorte é que hoje estamos em Alcácer do Sal, amanhã podemos ir para o Rio de Janeiro. Ela ajuda-me a valorizar o lado positivo das coisas, porque vê sempre as dificuldades como uma aprendizagem.
Débora – O Ricardo tem este lado de miúdo doido, mas é bastante afetuoso e é muito paternal. Ele despertou em mim esse lado mais afetivo. Aprendi a dar mais atenção aos sentimentos. E ele também é como eu, leva as coisas na desportiva. Ah, também aprendi a ser mais arrumada. Ele é mesmo chato com isso! Eu queixo-me, porque o Ricardo está sempre a arrumar as coisas!
– A Débora falou agora do lado mais paternal do Ricardo. Como é a vossa relação com o Tiago, que tem agora seis anos?
Ricardo – Acho que sou o pai da brincadeira, mas que também impõe regras. Digo que não a algumas coisas, mas depois exploro outras soluções com ele. Como pais, temos de os direcionar na vida, passar-lhes bons valores. O Tiago já é um senhor na forma de estar na vida, vem dele. O problema é que o meu filho mora no Porto e para poder estar com ele tenho de ir para o Norte. E não é fácil ser um pai ausente.
Débora – O meu papel na vida do Tiago é mais de amiga ou de tia. Não me considero uma madrasta, nem gosto do nome. A minha convivência com ele é mais para a brincadeira. Tenho o papel de amiga. Foi uma relação que construímos de forma muito natural. Não foi nada imposto ou forçado.
– Já chegou o momento de terem um filho em comum?
Ricardo – Falamos de bebés e planeamos isso… Mas os bebés só vêm a seguir ao plano financeiro, e com a nossa vida, temos de planear muito bem as coisas, porque não temos ordenado fixo.
Débora – Já sinto imensa vontade de ser mãe, sobretudo depois do nascimento da minha sobrinha. Para o ano, penso realmente nisso… Mas ao lado do Ricardo, estou preparadíssima para ter filhos! Ele é um ‘manual ambulante da grávida’ e deu imensos conselhos à minha irmã.
– A nível profissional, sentem-se plenamente realizados ou gostavam de ter outros projetos?
Ricardo – Eu gosto de trabalhar em moda e, enquanto puder, vou continuar nesta área, porque é o que sei fazer melhor.
Débora – Eu tenho outros planos… Há várias áreas fora da moda de que gosto bastante, como a organização de eventos. Também gostava de apostar na televisão. Apresentei um programa de música e adorei a experiência.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.