Conhecida pelo sucesso da sua carreira como estilista,
Ana Salazar, de 70 anos, é também um caso de êxito no que toca à forma como tem lidado com o passar dos anos. Recém-chegada de umas férias em Ibiza com um grupo de amigos mais novos, a criadora esteve na inauguração do Luv Club, em Tróia, e aproveitou a ocasião para descansar, mas também para se divertir.
Desde a morte do seu ex-marido,
Manuel Salazar, em fevereiro do ano passado, com quem esteve casada 34 anos e com quem mantinha uma relação de grande amizade e companheirismo, Ana optou por rever as suas prioridades e rodear-se de amigos mais novos.
– Este fim de semana está com um grupo de amigos diferente do habitual…
Ana Salazar – Sim, é o mesmo grupo com quem fui a Ibiza. Resolvi fazer um
refreshment no meu grupo de amigos [risos]. Este está a ser um ano de muitas mudanças que começou com a venda de parte da minha empresa a um grupo e com a morte do meu ex-marido. Não deixo de ter os meus amigos antigos, que são muito poucos e estão sempre muito presentes, mas também senti necessidade de fazer novos amigos e viver novas experiências. A minha vida mudou imenso.
– A morte do Manuel foi a grande impulsionadora para essa mudança?
– Também, estávamos muito tempo juntos e ele foi um grande companheiro. Não sabemos muito bem a razão por que mudamos os nossos comportamentos, mas eu tive necessidade disso. Em termos de moda, também estou sempre à procura do que é novo.
– Mas essa necessidade de ter amigos mais jovens terá também a ver com a sua jovialidade?
– Claro que sim. A maior parte das pessoas da minha idade, e algumas até mais novas, já se acomodou à vida. Eu, talvez devido às vicissitudes por que já passei, estou sempre em construção.
– Como é que a sua filha, Rita, lida com esta nova Ana?
– Muito bem. A Rita tem uma outra maneira de estar na vida e é muito mais
low profile do que eu, mas apoia-me bastante e só quer ver-me feliz. Passamos muito tempo juntas e ela apoia-me imenso. Somos muito próximas e, mais do que nunca, temos uma relação de amizade e cumplicidade.
– Como é que tem lidado com as saudades do seu ex-marido?
– Aprendi, desde o princípio, a lidar com isso, pois já era uma morte anunciada, mas claro que sinto a falta dele… Sinto sobretudo saudades de conversar com ele e talvez seja por isso que hoje preciso de ter tantos amigos.
– Como é que lida com o avançar da idade?
– Claro que acho que as rugas e a lei da gravidade são bastante chatas e desinteressantes, mas faço tudo para contrariar o avançar da idade, até porque me cuido bastante. Depois, também não acredito que os mais velhos sejam mais sábios, mas sim que os mais novos nos ensinam bastante.
– E não planeia reformar-se?
– Nem pensar, odeio não fazer nada. Tenho de estar sempre a criar e o trabalho é a minha vida. Sou muito sociável, gosto muito de conhecer gente e o trabalho também me proporciona isso.