Agora que já sabe que é capaz de ser princesa,
Letizia está empenhada em mostrar que será uma boa rainha e encara 2010 como o ano da consolidação do seu estatuto. Ao iniciar este sexto ano como princesa, mostra-se cada vez mais presente na vida pública, assumindo-se como a perfeita aliada do príncipe
Felipe, ao lado de quem sonha um dia reinar.
FOTOGALERIA: Mau tempo não impede Letizia e Felipe de brilhar em acto oficial
Presença assídua na comunicação social, a princesa sabe que traz valor acrescido à popularidade da família real espanhola, mas a fama não é suficiente para que lhe reconheçam capacidade para reinar. Eficiente, como o próprio rei
Juan Carlos a descreveu logo nos primeiros tempos de casada, Letizia está apostada em passar para segundo plano assuntos como as plásticas a que se submeteu ou o guarda-roupa que elege. Mais segura de si própria, vai assumindo um estilo diferente de ser princesa, preparando-se intensivamente para um modelo de rainha que os mais próximos acreditam vir a distanciar-se daquele que foi em tempos a sua inspiração: a rainha
Sofía. É que Letizia pretende ser muito mais do que a princesa-consorte. Não lhe basta ser a mulher do príncipe, aquela que o acompanha aos actos oficiais, ficando-se por uma agenda paralela, de cariz mais cultural e social, como acontece com outras princesas e até primeiras-damas. A princesa das Astúrias quer estar no centro das decisões e intervir nelas.
Por esse motivo, como confirma a própria Zarzuela, Letizia faz questão de estudar os mesmos dossiês que o príncipe. E não se inibe quando, mesmo em público, sente necessidade de lhe dar conselhos. Ainda durante a visita oficial do casal a Abu Dhabi, a 18 de Janeiro, por ocasião da World Future Energy Summit, foi possível ver a princesa, em plena cimeira, a trocar impressões com o marido nos momentos que antecederam o discurso deste, chegando mesmo a pedir-lhe o dossiê que tinha na mão para, supostamente, lhe indicar os pontos que considerava mais relevantes.
FOTOGALERIA: Os brincos de Letizia
A presença da princesa nesta cimeira foi, aliás, muito comentada. Segundo fontes protocolares, terá declinado o convite para seguir uma agenda paralela – semelhante à que cumpriu em 2009 a princesa
Máxima da Holanda quando acompanhou o príncipe
Guilherme aos Emirados Árabes Unidos para participar na mesma cimeira – e exigiu cumprir a mesma agenda de trabalhos que o marido, tendo-se sentado ao seu lado durante as reuniões, numa sala geralmente reservada a figuras de Estado, políticos e homens de negócios. Apesar de estar num país muçulmano, onde por tradição às mulheres se reserva um papel de segundo plano, Letizia ocupou a primeira fila, de onde seguiu atentamente o desenrolar dos trabalhos. E tanto à partida do Aeroporto de Barajas como à chegada a Abu Dhabi, as imagens mostram que viajou em trabalho: não vestia para deslumbrar e na mão, para além da sua carteira, carregava uma pasta de executiva.
Já no início do mês de Janeiro Letizia mostrara, em ocasiões diferentes, alguma proximidade com a classe política espanhola. No dia 6, durante a recepção que se seguiu à Páscoa Militar, no Palácio da Zarzuela, manteve uma longa e cúmplice conversa com
Carme Chacón, ministra da Defesa. Dois dias depois, na companhia do príncipe Felipe, era recebida na gala de abertura da presidência espanhola da União Europeia pelo primeiro-ministro,
José Luis Zapatero, com quem se deixou fotografar. E mais tarde, numa visita a uma universidade, passou largos minutos a trocar ideias, de forma quase informal, com
Cristina Garmendia, ministra para a Ciência e a Inovação.
As caras que Felipe faz a Letizia
Atenta à necessidade de dar cada vez mais protagonismo aos príncipes das Astúrias, a Casa Real espanhola contratou, no início deste ano, um novo responsável pelos contactos com a Imprensa. Segundo fontes próximas, de entre as diversas estratégias traçadas, está a de conferir a Letizia uma imagem mais credível, de modo a que o seu trabalho suplante a sua imagem como tema das notícias. Mas não será tarefa fácil.
"A verdade é que, graças a Letizia, todos os actos [da Casa Real]
são assunto na imprensa, ainda que de forma secundária: fala-se dos seus sapatos, da sua carteira, mas são notícia. A princesa converteu-se no último objecto de desejo, não há dúvida de que transporta algo que faz o mundo interessar-se pelo príncipe e pela Casa Real", reconhece a Zarzuela, citada pela Vanity Fair espanhola de Março, que acaba de sair com uma capa dedicada aos príncipes. Não há dúvida que Letizia é, neste momento, o grande trunfo da monarquia espanhola.
FOTOGALERIA: Os vestidos de gala de Letizia
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