Maria Zurita de Borbón – filha da infanta
Margarida de Espanha, irmã do rei
Juan Carlos, e do duque de Soria – é uma empresária de sucesso que, há uns meses, se juntou à famíla Tous para dar a conhecer esta marca de joias em Portugal. E foi precisamente durante uma visita ao nosso país que a CARAS conversou com Maria Zurita, que nos contou que Portugal é a sua segunda casa.
– O que significa para si pertencer à família real?
Maria Zurita de Borbón
– É uma grande honra, mas também uma grande responsabilidade.
– Esse facto afeta ou condiciona a sua vida pessoal?
– Creio que as circunstâncias de vida de cada um é que a condicionam. No meu caso, pertencer à família real não me condiciona em excesso, consigo levar uma vida completamente normal. A verdade é que tenho muito pouca necessidade ou vontade de protagonismo e não gosto de me destacar. Procuro manter-me sempre em segundo plano e que se fale da minha vida o menos possível. Suponho que ajuda o facto de não ir a muitos eventos sociais e levar uma vida muito tranquila.
– Sente que foi demasiado protegida por pertencer à família real?
– Não, em minha casa sempre nos educaram com bastante rigor e disciplina, ainda que com muitíssimo carinho. Tanto a mim como ao meu irmão, os nossos pais ensinaram-nos a sermos pessoas educadas, discretas, sérias, coerentes, dignas e, sobretudo, trabalhadoras.
– E não teve que trabalhar o dobro para se fazer valer?
– Não, não sinto que tenha tido que trabalhar o dobro, mas sim com muito mais ímpeto, vontade, garra, porque, querendo ou não, tenho muitos olhos postos em mim.
– Gosta de levar uma vida tranquila, mas o facto de ser a nova aposta da Tous para dar a conhecer a marca em Portugal dá-lhe alguma visibilidade…
– Sim… As minhas funções centram-se em dar a conhecer a marca aqui em Portugal, ajudando ao desenvolvimento comercial do grupo. Pretendemos abrir, pouco a pouco, várias lojas.
– Como se associou a esta marca?
– Conheci a família Tous há três anos. Assisti ao congresso mundial da marca e pude comprovar que todas as pessoas que nela trabalham fazem parte da mesma família, que se conhecem e que lutam todos os dias por um projeto tão emocionante como este. São ocasiões como esta que nos envolvem e transmitem um espírito positivo e renovador. Desde o primeiro momento que houve muita química entre nós. Creio que é o melhor exemplo da nova joalharia: moderna, inovadora e acessível. Em 1995, a marca mudou o conceito e ganhou um ar muito mais fresco, renovado, moderno, prático, informal, fácil de usar e capaz de transmitir ilusão e ternura tanto para quem recebe como para quem dá.
– Qual é o maior desafio desta parceria?
– A ideia é abrir cerca de 30 lojas em Portugal, o que é um grande desafio para todos nós.
– É uma mulher vaidosa?
– Não especialmente. Cuido-me na medida certa e não sou obcecada com a imagem. Tento fazer algum exercício e estar ao ar livre sempre que o meu tempo mo permite. Faço uma dieta equilibrada e utilizo cosméticos de qualidade.
– Mas está atenta às tendências da moda?
– Sou uma mulher muito clássica, ainda que goste de me manter atualizada e atenta às novas tendências. E só assisto aos desfiles de moda do meu criador favorito, que é o
Elio Berhanyer.
– E preocupa-se com a elegância?
– Relativamente. Sou daquelas pessoas que acha que a elegância vem de dentro, está intrínseca em nós.
– Diz que Portugal é a sua segunda casa. Porquê?
– Durante a minha infância e juventude, as minhas férias foram passadas no Estoril, onde a minha família tem casa. Portugal é um país extremamente internacional, com uma riqueza cultural, monumental, histórica e gastronómica incrível. Os portugueses são muito cordiais e refinados e têm uma mistura bastante equilibrada dos valores próprios da juventude. E é esse refinamento que, na minha opinião, ajuda a que entendam o conceito da Tous. E o que me ajuda a manter e estreitar os meus laços e vínculos familiares com um país que se tem portado tão bem com a minha família e que foi a nossa casa em momentos muito complicados e difíceis. A minha família e eu estaremos sempre agradecidos a essa maravilhosa sociedade que é a portuguesa.
– Qual é a sua ligação ao nosso país?
– A minha família viveu no Estoril, onde esteve exilada durante mais de trinta anos. Para nós, é a nossa segunda pátria. Trazemos Portugal no coração. Por essa razão, os meus pais compraram cá uma casa, para onde ‘fugimos’ sempre que podemos. Não seria nada estranho que acabasse por vir viver para cá.
– Voltando ao trabalho… Li numa entrevista sua que trabalha bastante, começa às 7h00 da manhã e só se deita por volta da 1h00. É verdade?
– Sim, é verdade. Para ter tempo para tudo, é preciso madrugar. Se bem que agora, desde que deixei a presidência da Associação dos Jovens Empresários, tenho bastante mais tempo para mim e para me organizar. O importante é ter muita disciplina. Luto por ser uma pessoa íntegra, consequente e persistente, o que me parece ser a melhor forma de alcançar algum crédito e prestígio.
– Onde fica a vida pessoal no meio disso tudo? Como concilia a vida pessoal com a profissional?
– Tenho que gerir muito bem as obrigações próprias do meu trabalho com o meu tempo livre. E o meu tempo livre, gosto de ocupá-lo com a minha família e amigos e, quando posso, faço algumas viagens. Aos fins de semana, por exemplo, tento organizar programas em casa com os meus amigos, o que me permite dedicar a uma das minhas paixões, que é cozinhar. Os meus pratos favoritos são amêijoas à bulhão pato e caldo verde.
– Gosta de viver sozinha? É uma mulher muito independente?
– Já há muitos anos que vivo sozinha e a verdade é que gosto disso. Efetivamente, sou uma mulher muito independente e o facto de viver sozinha permite-me ter os meus momentos de tranquilidade em casa, vendo um filme ou cozinhando…
– Está solteira ou já tem o coração preenchido?
– Continuo solteira e sem compromisso.
– O trabalho não lhe deixa espaço para encontrar o amor, para deixar entrar uma pessoa na sua vida? Ou é muito exigente?
– Nenhuma das coisas. Sinceramente, acho que ainda não apareceu o homem ideal. Mas não é algo que me preocupe demasiado. Sou muito exigente com o meu trabalho, mas não com os meus amigos. Creio que a amizade é, sobretudo, generosidade.
–
Mantém o sonho de se casar? E de ter filhos?
– Sim. Acredito no casamento, especialmente depois de ver o quão felizes são os meus pais ao fim de 38 anos de casados. No entanto, sei que é complicado encontrar uma pessoa que partilhe da minha forma de pensar e valores. Gostava de ter filhos, mas também não tenho qualquer pressa de que isso aconteça. A pressa não é boa conselheira.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.