Dentro de dias, quando trocar alianças com
Charlene Wittstock, aquele que nos seus tempos de juventude foi um dos solteiros mais cobiçados do mundo vai pôr fim ao imenso rio de tinta que o facto de não conseguir escolher mulher fez correr durante quase 30 anos na imprensa mundial.
O celibato de
Alberto II do Mónaco foi tão longo que lhe conquistou, primeiro, a fama de
playboy, alimentada pela constante presença de mulheres belas e famosas a seu lado, depois, a de que seria homossexual.
Se a primeira até lhe dava uma certa aura de charme, a segunda, que começou por encarar com sentido de humor, acabaria por cansá-lo. Numa entrevista que deu à revista francesa
Madame Figaro, em 1994, diria:
"Ao princípio até teve graça, mas ao fim de algum tempo torna-se muito irritante ouvir constantemente dizer que sou homossexual."
Em julho de 2006, um ano depois de subir ao trono, voltou a falar disso à
Paris Match, mostrando desprezo por
"esses boatos, que não são fundamentados e vêm de fontes pouco credíveis, (…) não há incidente, em prova, nem nenhum acontecimento na minha vida que demonstre isso".
Já dos seus envolvimentos com mulheres há, pelo menos, duas provas vivas:
Alexandre Coste, nascido a 24 de agosto de 2003, da relação que manteve durante algum tempo com a togolesa
Nicole Coste, uma antiga hospedeira da Air France, e
Jasmin Grace, que nasceu onze anos antes, a 4 de março de 1992, de um caso fugaz com
Tamara Rotolo, uma ex-empregada de limpeza americana que passou férias no Mónaco. Após os testes de paternidade terem dado resultados positivos, um e outro foram reconhecidos pelo príncipe: Alexandre em 2005, Jasmin em 2006.
Quanto às outras mulheres que terão passado pela sua vida, a lista é extensa, e inclui muitos nomes famosos, todos eles de beldades que se movem no
jet set internacional, entre as quais várias atrizes e
top models:
Angie Everhart,
Brooke Shields,
Claudia Schiffer,
Naomi Campbell,
Karen Mulder e até uma luso-descendente,
Tascha de Vasconcelos. Nenhuma delas, porém, terá tido a importância de Charlene, com a qual Alberto passou a ser visto regularmente desde janeiro de 2006.
Demasiado tarde para descansar o seu pai,
Rainier, que morrera um ano antes sem ver o filho varão casado e pai de filhos. Ora, sendo a monarquia um regime político que tem como principal característica o facto de a chefia de Estado ser hereditária, mesmo nas mais modernas e constitucionais, como o são hoje as europeias, um dos grandes deveres do soberano é assegurar descendência legítima, de preferência por via varonil, de forma a evitar quebras dinásticas que ponham em risco o futuro da instituição.
No caso do Mónaco, e na sequência de um tratado assinado com a vizinha França em 1918, pelo príncipe
Alberto I, trisavô de Alberto II, essa quebra dinástica levaria mesmo à perda da independência e à integração na República Francesa. Uma ideia pouco apelativa para os monegascos, habituados à fantástica qualidade de vida que o seu paraíso turístico e fiscal lhes proporciona.