Isabel de Windsor tinha apenas 13 anos quando se cruzou pela primeira vez com o príncipe Filipe da Grécia e da Dinamarca, tetraneto da rainha Victoria e, como tal, seu primo afastado. Foi em julho de 1939, durante uma visita da família real ao Royal Naval College de Dartmouth, onde Filipe, então com 18 anos, estudava, sob o patrocínio do seu primo e tutor lord Louis Mountbatten, herói da II Guerra e futuro vice-rei da Índia. A impressão que a beleza, a elegância, o dinamismo e o sentido de humor do jovem cadete provocaram na adolescente foi de tal forma marcante que Isabel decidiu logo que aquele seria um dia o seu marido.
Filipe era neto, por via paterna, do rei Jorge I da Grécia e da grã-duquesa Olga Constantinovna da Rússia e, por via materna, do príncipe Louis de Battenberg e da princesa Victoria de Hesse e do Reno. Tinha, por isso, suficiente sangue azul para estar à altura da futura rainha de Inglaterra e, graças ao avô desta, George V, que alterara uma velha lei, permitindo que os Windsor se casassem com cidadãos britânicos, nada impedia este amor. Exceto o facto de a mãe do jovem oficial da Royal Navy, a princesa Alice de Battenberg, sofrer de distúrbios psiquiátricos. Esta doença provocou alguma hesitação nos pais de Isabel, mas a princesa, que nunca vacilou perante os seus deveres de futura rainha, neste caso bateu o pé e fez valer a sua vontade.
A julho de 1946 era anunciado o noivado e o casamento celebrava-se com pompa, na Abadia de Westminster, a 20 de novembro de 47. Nesse dia, Filipe abdicava dos seus apelidos, dos direitos de cidadão comum, da carreira militar e da religião ortodoxa que professava, para viver à sombra de Isabel. Uma sombra à qual se submeteu com considerável savoir faire. À parte algumas famosas gaffes que cometeu em momentos em que o fardo de ser apenas consorte se tornou demasiado pesado, parece ter sido sempre um companheiro dedicado. Foram muitas, em quase 65 anos de casamento, as situações em que a soberana perdeu a pose formal para se rir de uma careta ou de um piscar de olhos do marido. E, desde os tempos do noivado até hoje, Isabel II sorri para o duque de Edimburgo como nunca sorriu em público para mais ninguém.
Isabel II: Casamento por amor
A escolha da casa onde passaram a noite de núpcias para celebrar os 60 anos de casamento diz muito sobre a relação que Isabel II mantém com o seu consorte, o príncipe Filipe.