A defesa da infanta Cristina de Espanha apresentou ontem em Palma de Maiorca um recurso contra o auto em que o juiz José Castro a indiciava por corrupção no âmbito do caso Nóos. De acordo com a agência EFE, o documento, de 32 páginas, foi entregue pelos advogados Miguel Roca e Jesús María Silva.
O magistrado queria ouvir as declarações da filha mais nova dos reis Juan Carlos e Sofía no próximo dia 27 de abril, mas anulou o depoimento quando a acusação anticorrupção apresentou um recurso. A decisão do juiz foi tomada depois de o fiscal anticorrupção Pedro Horrach lhe ter pedido a suspensão da audiência da infanta, uma vez que considera que não existem elementos incriminatórios que sustentem uma acusação formal contra ela. Apesar da suspensão do testemunho, o juíz José Castro emitiu uma providência cautelar na qual afirma que a duquesa de Palma é representada por Miguel Roca e Jesús María Silva.
Os dois advogados alegam que a “única razão” para a indiciação da infanta Cristina foi, de facto, a declaração de Diego Torres, ex-sócio do seu marido, Iñaki Urdangarín. No documento, a defesa refere ainda que a sua indiciação foi acordada “exclusivamente” para afastar as “dúvidas” levantadas por Diego Torres. Nos e-mails, o ex-sócio de Iñaki Urdangarín tentou mostrar que Cristina estava a par das atividades do marido. “Essas comunicações carecem de relevância para serem levadas como factos que sustentem a acusação”, concluíram os advogados.
Infanta Cristina apresenta recurso
Os advogados da filha mais nova dos reis Juan Carlos e Sofía alegam que o depoimento servia “exclusivamente” para afastar as “dúvidas” levantadas por Diego Torres.