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Infanta Cristina de Espanha
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Indiciada por fraude
fiscal e branqueamento de capitais no processo Nóos, no qual o marido, Iñaki Urdangarín, é acusado de prevaricação,
fraude, desvio de dinheiros públicos, desfalque, falsificação de documentos e
fraude fiscal, Cristina de Espanha será
ouvida amanhã, 8 de fevereiro, no tribunal nº 3 de Palma de Maiorca.
A filha dos reis Juan Carlos e Sofía poderia apresentado um recurso
para não depor em tribunal, mas optou por falar, tornando-se assim no primeiro
membro da família real espanhola a enfrentar a justiça. O seu advogado, Miguel Roca Junyent, garante que
Cristina quer colaborar com a justiça “para
esclarecer tudo o que houver para esclarecer”. O representante legal da infanta
disse ainda que esta enfrenta com “muita
tranquilidade”o facto de ser interrogada pelo juiz instrutor do processo, José Castro, e que no final da sessão
os advogados de defesa falarão com a imprensa para dar pormenores.
Recorde-se que a infanta já tinha sido constituída arguida uma primeira vez, em
abril do ano passado, mas não chegou a ser ouvida, pois o procurador Pedro
Horrach, do departamento Anticorrupção das Baleares, interpôs recurso,
alegando que o juiz Castro tinha baseado a sua investigação em “simples
elucubrações, rumorologia e pura ficção”.
Considerando, porém, que continuava a haver zonas de sombra, nomeadamente na
gestão da empresa Aizoon, da qual os duques de Palma são proprietários em
partes iguais, a comarca de Palma de Maiorca ordenou a Castro que prosseguisse
a sua investigação. E este dedicou os nove meses seguintes a passar a pente
fino as contas de Cristina entre 2002 e 2012. Reviu todas as suas faturas,
propriedades e declarações de impostos, encontrando, por exemplo, debitados à
Aizoon um jantar de sushi no valor de 1412,40 euros e bilhetes
de avião para o Brasil no valor de 15210,82 euros. Num auto com 227 páginas
(consultáveis na Internet), o juiz defende que a sociedade que Cristina
codirigia com o marido teria servido de fachada, permitindo que o casal
cometesse delitos fiscais e realizasse despesas privadas através da empresa,
pelo que considerou haver “indícios suficientes” para
interrogar a filha do rei.