Iñaki Urdangarín continuou hoje a ser ouvido no julgamento do caso Nóos, no qual é acusado de fraude fiscal e desvio de dinheiros públicos do instituto que geriu entre 2003 e 2006. Durante a audiência no tribunal de Palma de Maiorca, o antigo duque de Palma declarou que não “falava muito de trabalho com a mulher”, explicando que a infanta Cristina tinha apenas um conhecimento superficial das suas atividades no Instituto Nóos com o antigo sócio, Diego Torres.
“Com a minha esposa e com os quatro filhos pequenos tentava falar sobre outras coisas, que não envolvessem o trabalho”, disse, quando questionado pela advogada da associação Manos Limpias, Virginia López Negrete, sobre a alegada intervenção da mulher nos negócios.
Confrontado com os e-mails enviados para Cristina, Urdangarín afirmou que só partilhou informações que lhe pareceram relevantes, destacando o facto da Fundação Nóos ter vencido um concurso para um estudo em 2003. “Para uma empresa nova e pequena considerei importante comunicar o facto. Estava orgulhoso disso”, explicou.
Recorde-se que o escândalo de corrupção abalou a imagem da monarquia espanhola, levando o irmão da infanta, o rei Filipe VI, a publicar um decreto real, que revogou o título de Duquesa de Palma de Maiorca, atribuído desde 1997.
O Ministério Público espanhol pede agora 19 anos e meio de prisão e uma multa de 3,5 milhões de euros para Iñaki Urdangarín e 16 anos e meio de prisão para Diego Torres. Os dois são acusados de desviar cerca de 6,2 milhões de euros do Instituto Nóos.
Iñaki Urdangarín sobre a mulher, a infanta Cristina: “Não falávamos muito de trabalho”
O ex-duque de Palma falou pela terceira vez no julgamento do caso Nóos, no qual é acusado de desvio fundos públicos e fraude fiscal.