Felipe e Letizia entregaram, esta segunda-feira, dia 23 de abril, o prémio Cervantes ao escritor Sergio Ramírez.
Nascido na Nicarágua, em 1942, o autor começou o seu discurso com um tema político: “Queria dedicar este prémio à memória dos nicaraguenses que foram assassinados nas ruas por reclamarem justiça e democracia e aos milhares de jovens que continuam a lutar para que a Nicarágua volte a ser república“.
A cerimónia teve lugar na Universidade de Alcalá de Henares, em Madrid, onde os reis de Espanha puderam ainda ouvir o premiado afirmar que “o essencial para um escritor é encontrar a essência das coisas perdidas, e não essas coisas perdidas“, bem como fazer um agradecimento especial à esposa, Tulita, que também se encontrava no local.
Ramírez, que é director da revista eletrónica Carátula e autor do blog literário Boomerang, que conta com uma grande variedade de géneros e cujos textos são publicados em 20 países, foi distinguido pela “narração, poesia e rigor do observador e ator, assim como por refletir a vivacidade da vida quotidiana, convertendo a realidade numa obra de arte, toda ela com uma excecional altura literária e pluralidade de géneros, como o conto, a novela e o colunismo jornalístico“.
Ramírez lutou contra o regime de Somoza e, após o triunfo da Frente Sandinista, o escritor foi eleito vice-presidente da Nicarágua, para, dez anos depois, em 1996, deixar a política e passar a dedicar-se somente à literatura.