Desde o anúncio do seu noivado com o príncipe Harry de Inglaterra, a 27 de novembro do ano passado, até ao final de julho – altura em que o casal foi de férias –, e mesmo tendo optado algumas vezes por marcas low cost, Meghan Markle gastou em toilettes mais de um milhão de euros. Em abono da verdade, diga-se que, desse valor, cerca de metade foi gasta com o vestido de noiva, um elegante e sóbrio modelo de estilo medieval da estilista inglesa Clare Waight Keller, diretora criativa da casa francesa Givenchy Couture, que custou 387 mil euros. E que outra boa fatia correspondeu ao segundo modelo que usou nesse dia, uma criação de Stella McCartney no valor de 136 mil euros. E se é verdade que os ingleses estão rendidos ao estilo da nova duquesa de Sussex, que, sendo clássico e sóbrio q. b., também é sempre fashion e sofisticado, é igualmente certo que começam a não ver com muito bons olhos o seu despesismo. Pelo menos a imprensa assim o dá a entender, assumindo-se como arauto das críticas à duquesa.
E trabalho será coisa que não faltará à ex-atriz americana, pois, se não é novidade para ninguém que a família real inglesa não tem qualquer peso político, todos sabem que o seu papel representativo – alguns preferem usar a palavra decorativo – significa uma sobrecarregada agenda de eventos de caráter oficial, social e solidário e o desempenho perfeito, enquanto embaixadores do seu país, tanto na receção de altas individualidades de visita a Inglaterra como durante as visitas oficiais que fazem a outros países. Isso exige a manutenção de um estilo de vida com custos elevados, nomeadamente com o guarda-roupa dos elementos femininos da família, dos quais se espera a máxima elegância possível. Naturalmente, e porque essas despesas são feitas em prol da nação, são em boa parte asseguradas pelo erário público. E para que os ingleses aceitem custeá-las, os Windsor deverão comportar-se de forma irrepreensível.
Meghan, sendo o oposto da americana algo desleixada típica da classe média graças à sua experiência como atriz e ao seu gosto assumido por moda, desenvolveu um estilo cosmopolita e mundano que fica bem em qualquer tipo de evento. É claro que isso tem o seu preço, pois, como já se referiu, em meia-dúzia de meses já gastou em roupa, calçado, malas e joias de criadores e marcas de renome – entre eles roupa Dior, Givenchy ou Stella McCartney, chapéus Philip Treacy, sapatos Aquazurra, Manolo Blanick ou Sarah Flint e joias Birks ou Cartier – mais de um milhão de euros. Bastante mais do que Kate gasta por ano. Mas Meghan pode dar-se a esse luxo, por um lado, porque é o príncipe Carlos, também ele dono de uma enorme fortuna pessoal, estimada em 86,5 milhões de euros, quem assegura uma boa parte das despesas inerentes a si próprio e a Camilla, mas também aos seus filhos, noras e netos (em média, 67 milhões de euros por ano), por outro porque, ao contrário da sua cunhada – e futura rainha de Inglaterra –, a jovem duquesa oriunda da América tem uma muito considerável conta bancária, que acumulou graças à sua participação em sete temporadas na série de sucesso canadiana de advogados Defesa à Medida. Um desafogo económico que lhe permitirá manter uma independência de que esta assumida feminista dificilmente parece estar disposta a abdicar. .