Isabel II fala aos britânicos: “Teremos sucesso – e esse sucesso pertencerá a todos nós”

A rainha Isabel II, de 93 anos, dirigiu-se este domingo, dia 5 de março, aos britânicos. A monarca falou à nação britânica do castelo de Windsor, local onde se encontra desde o início da pandemia, dado que, pela sua idade, faz parte do grupo de risco. Isabel II agradeceu a todos os que estão “na linha de frente do Serviço Nacional de Saúde, bem como aos profissionais de saúde e aos que desempenham papéis essenciais e que continuam os seus deveres diários fora de casa, em apoio a todos nós”. As outras palavras de apoio foram dirigidas à população que permanece em casa, “ajudando assim a proteger os vulneráveis ​​e poupando muitas famílias da dor, já sentida por aqueles que perderam entes queridos.” Leia o discurso na íntegra: “Sei que estou a falar convosco numa altura cada vez mais desafiadora. É um momento de perturbação da vida do nosso país: uma perturbação que trouxe pesar a alguns, dificuldades financeiras para muitos e enormes mudanças no dia a dia de todos. Quero agradecer a todos os que estão na linha de frente do Serviço Nacional de Saúde, bem como aos profissionais de saúde e aos que desempenham papéis essenciais e que continuam os seus deveres diários fora de casa, em apoio a todos. Tenho a certeza de que todo o país vos vais mostrar que os vossos esforços são valorizados e que cada hora do vosso duro trabalho permite que nos estejamos a aproximar do regresso à normalidade. Também quero agradecer a todos os que permanecem em casa, ajudando assim a proteger os vulneráveis ​​e poupando muitas famílias da dor, dor essa já sentida por aqueles que perderam entes querido. Juntos estamos a enfrentar esta doença. Quero assegurar-vos que, se permanecermos unidos e resolutos, vamos superá-la. Espero que, nos próximos anos, todos possam orgulhar-se da forma como responderam a este desafio. Aqueles que vierem depois de nós dirão que os britânicos desta geração foram fortes. Que os atributos da autodisciplina, da calma, da bem-humorada determinação e do sentimento de companheirismo ainda caracterizam este país. O orgulho de quem somos não faz parte do nosso passado, define o nosso presente e o nosso futuro. Os momentos em que o Reino Unido se uniu para aplaudir seus profissionais e trabalhadores essenciais serão lembrados como uma expressão de nosso espírito nacional; e o seu símbolo será o arco-íris desenhado pelas crianças. Na nossa comunidade e em todo o mundo, vemos histórias emocionantes de pessoas que se unem para ajudar outras pessoas, seja através da entrega de pacotes de alimentos e remédios, vendo como estão os vizinhos ou convertendo empresas para ajudar no esforço de socorro. E embora o autoisolamento às vezes seja difícil, muitas pessoas de todas as religiões, e até sem crença, estão a descobrir que este é um momento para parar e refletir, em oração ou meditação. Isto lembra-me a primeira transmissão que fiz, em 1940, ajudada pela minha irmã. Quando éramos meninas, conversámos daqui, de Windsor ,com crianças que tinham sido evacuadas das suas casas e enviadas para outros locais, por questões de segurança. Atualmente, e mais uma vez, muitos sentirão uma sensação dolorosa de separação dos seus entes queridos. Mas agora, como naquela altura, sabemos, no fundo, que esta é a coisa certa a ser feita. Embora já tenhamos enfrentado desafios no passado, este é diferente. Desta vez, unimo-nos a todas as nações do mundo num esforço comum, usando os grandes avanços da ciência e a nossa compaixão instintiva para curar. Teremos sucesso – e esse sucesso pertencerá a todos. Devemos ter força para que, apesar de termos ainda para muito aguentar, entendamos que dias melhores vão surgir: estaremos novamente com os nossos amigos; voltaremos a estar com as nossas famílias; vamos-nos encontrar novamente. Mas, por enquanto, envio os meus agradecimentos e mais calorosos votos de bem-estar a todos.”