A princesa Martha Louise da Noruega foi uma das inúmeras pessoas que esta terça-feira, dia 2 de junho, publicaram um quadrado negro nas suas redes sociais, como protesto contra a morte de George Floyd, um homem negro, de 46 anos, que morreu asfixiado em Minneapolis, EUA, após ter sido imobilizado por um polícia, que lhe colocou um joelho no pescoço, impedindo-o de respirar.
Na noite desta quinta-feira, dia 4 de junho, a princesa publicou uma fotografia com o companheiro, o xamã Durek Verret, que é negro, explicando como esta relação a tem ajudado a compreender a descriminação existente baseada unicamente na cor da pele. Na legenda da foto a princesa afirma que ser namorada de Verret lhe deu “um curso intensivo sobre como a supremacia branca entra em cena” e sobre como ela mesma agiu e pensou “consciente e inconscientemente em relação a pessoas negras, (…) sem ter examinado cuidadosamente o que realmente é o racismo, pela comodidade do sistema”.
“Agora percebo que preciso de compreender melhor este sistema profundamente enraizado para fazer parte do seu desmantelamento”, continua a princesa. “Como pessoa branca, preciso de melhorar, de me educar e deixar de ser contra o racismo para passar a ser anti-racista. Porque o racismo não é apenas discriminação aberta, abuso ou assassinato de pessoas negras, um problema óbvio em que facilmente nos posicionamos contra. Também está nos detalhes”, diz.
Como exemplos desses detalhes, a filha do rei Harald enumera uma série de episódios de racismo que testemunhou enquanto namorada de Durek Verret. “O racismo é o modo como as pessoas o evitam. Como os amigos assumem que ele está a mentir e que ele é mau por ser gentil, deixando perfeitamente claro que o seu lugar na mesa não lhe corresponde. Em pessoas em posições importantes que repudiam a forma como se atreve a tocar na sua mão quando se aproxima para dizer boa noite. Nas pessoas que acreditam que não são racistas, mas não conhecem ninguém com uma cor de pele diferente da sua, além das pessoas que trabalham para elas. Como assumem que o Durek não é uma boa pessoa que me ama, mas alguém que me manipulou para amá-lo, explorando-me financeiramente. Isso é racismo!”, sublinha a princesa, revelando que houve quem os ameaçasse de morte por estarem juntos, ouvindo dia após dia que esta relação iria envergonhar a sua família.