A chegada de Lady Diana Spencer à família real britânica e os difíceis anos do seu casamento com o príncipe Carlos são o tema central da quarta temporada da premiada série The Crown, do canal de streaming Netflix. Nos 10 episódios que compõem esta temporada – que decorre de 1977 a 1990 –, as consagradas Olivia Colman (que ganhou um Golden Globe de Melhor Atriz pela terceira temporada) e Helena Boham Carter continuam a desempenhar, respetivamente, o papel da rainha Isabel II e da irmã desta, a rebelde princesa Margarida, enquanto a conturbada princesa Diana é representada por uma quase estreante, Emma Corrin.
Precisamente por girar sobretudo em torno de Diana, provavelmente a mais popular figura da família real britânica de sempre, esta foi talvez a temporada mais aguardada deste drama biográfico que acompanha o reinado, a vida pessoal e os principais eventos políticos de Inglaterra desde o casamento de Isabel II, passando pela sua coroação e pelos momentos atribulados protagonizados pelos filhos da soberana.
Tudo começa em 1997, com o primeiro encontro de Carlos (a que dá vida o ator Josh O’Connor), aos 29 anos, e Diana, então com apenas 16, em casa da família desta, pois o príncipe namorava então com Sarah Spencer, a irmã mais velha de Diana. Prossegue depois com o reencontro dos dois, em julho de 1980, durante um torneio de polo. Por essa altura, Carlos estava a ser muito pressionado pela família para encontrar uma mulher à sua altura e assentar e, sete meses depois, foi anunciado o noivado da filha mais nova do conde Spencer com o filho mais velho de Isabel II.
The Crown dá, como seria de esperar, destaque ao grandioso casamento, no dia 29 de julho de 1981, e aos anos de sofrimento que esta relação indesejada por Carlos provocou na inocente e romântica Diana, bem como a dificuldade da sua adaptação a uma família muito formal e a um protocolo extremamente exigente.
Por isso é possível ver Emma Corrin protagonizar situações em que a princesa teve verdadeiros ataques de desespero, nomeadamente a partir do momento em que percebeu que o marido a traía com Camilla Parker Bowles (representada por Emerald Fennell). E também o nascimento dos príncipes William, em 1982, e Harry, em 1984, é abordado, bem como a relação próxima que Diana tinha com os filhos, e ainda se percebe que a separação, que se deu em 1992, estava iminente.
Porque a primeira mulher do príncipe herdeiro ficou também celebrizada como um ícone de estilo, esta temporada dá um importante relevo à imagem de Diana. Assinado por Amy Roberts, que regressou ao passado para analisar a par e passo os visuais mais emblemáticos da princesa, o guarda-roupa recupera, de forma quase sempre muito fiel, toilettes como o saia-casaco midi azul-cobalto que usou no dia do noivado, e, claro está, o emblemático vestido de noiva, um dos mais célebres de sempre.
Para reproduzir, numa cópia quase perfeita, este intrincado e vaporoso modelo, feito de folhos, rendas, bordados e de saia e mangas amplas, Amy Roberts teve nada mais nada menos que a ajuda do próprio autor do original, o prestigiado costureiro David Emmanuel.