Há já algum tempo que era debatida a necessidade de resolver uma questão que tem feito com que a família real do Japão tenha vindo a perder elementos ao longo das últimas décadas. De acordo com a lei atual, as princesas que se casam com plebeus perdem o estatuto e são obrigadas a abandonar a família, deixando também de a poder representar.
Desta forma, a família tem ficado bastante reduzida, uma vez que já não existem homens dentro da família real com quem as princesas possam casar-se. O atual imperador, Naruhito, tem apenas uma filha, e o seu sucessor, o irmão, o príncipe Fumihito, tem duas filhas e um filho, o príncipe Hisahito, que ocupa o segundo lugar na linha da sucessão ao trono. Desta forma, as irmãs mais velhas de Fumihito, Mako e Kako, e a filha do atual imperador, Aiko, não terão outra solução senão casarem-se com plebeus, perdendo o estatuto.
Agora, o Governo do país apresentou um plano para resolver este problema. De acordo com o Japan Times, “o Governo está a considerar outorgar um novo título honorífico às mulheres da Família Imperial que perdem o estatuto depois do casamento, para que possam participar nos deveres públicos”. O mesmo meio salienta ainda que esta é uma alteração “controversa” e recorda que já foi tentada a implementação desta norma em ocasiões anteriores, sem sucesso. Desta forma, o Governo pretende criar uma legislação especial em vez de fazer uma alteração na Lei da Casa Imperial.
De salientar que este é um passo importante para as três princesas, especialmente para Mako, que já adiou o seu casamento com Kei Komuro mais do que uma vez. O enlace estava inicialmente previsto para 2018. Com esta alteração a irmã do imperador e do príncipe herdeiro, Sayako Kuroda, deverá voltar a assumir os deveres reais, estatuto que perdeu em 2005, ano em que se casou com Yoshiki Koruda.
As princesas da Casa Imperial recebem uma dispendiosa educação internacional e uma longa preparação que as encaminha para a representação institucional. Ao longo dos anos vão aprendendo todo o protocolo imperial e têm a oportunidade de demonstrar em diversas ocasiões o seu valor enquanto ‘embaixadoras’, um esforço que atualmente não parece ser muito compensador, uma vez que se sabe desde tenra idade que terão que abandonar o seu lugar na família se quiserem casar-se, dado que não existem elementos masculinos dentro da Casa Imperial com os quais se possam contrair matrimónio.
Recorde-se que a nova geração da família imperial conta apenas com quatro elementos, três mulheres e um único homem, pelo que, se a lei não for mudada, o futuro de Hisahito não será fácil, uma vez que não poderá contar com a ajuda de ninguém.