Depois de mais de sessenta anos de casados, os reis eméritos da Bélgica, Alberto II e Paola, modificaram o acordo de casamento, de forma a que os seus bens fiquem totalmente separados. Segundo adianta o diário belga Het Nieuwsblad, o casal já tinha optado por um regime de separação de bens há cinco anos, mas conservaram uma “comunhão limitada” de alguns bens, que agora decidiram dividir também.
De acordo com a Vanity Fair, o motivo desta decisão é Delphine Böel, que foi reconhecida este ano como filha biológica de Alberto II – nascida da relação extraconjugal do monarca com a baronesa Sybille de Selys Longchamps -, depois de uma batalha judicial que durou sete anos. Recentemente, em outubro, Delphine conseguiu ainda que lhe fosse atribuído o apelido do pai, Saxe-Coburgo-Gota, e os títulos de princesa e de Alteza Real. Além disso terá, tal como os seus três irmãos, direito a uma parte da herança do rei emérito, o que poderá ter motivado esta separação de bens.
De acordo com as declarações de um juiz ao jornal belga Sud Info, “a lei não refere em nenhuma parte que a separação tenha que ser de 50% para cada um”, pelo que “pode fazer-se com que um cônjuge receba 80% dos bens e outro apenas 20%, de forma a assegurar-se que um dos dois obtenha uma parcela o maior possível”.
Não foi divulgada a percentagem que coube a cada um dos monarcas, mas enquanto os seus três filhos, o rei Philippe, a princesa Astrid e o príncipe Laurent, vão receber uma herança tanto do pai como da mãe – pelo que não importa como os dois dividam os bens – o mesmo não acontece com Delphine, que apenas receberá a parte da herança de Alberto que lhe couber. Desta forma, se com a divisão a rainha ficou com mais bens em sua posse do que o rei, Delphine não receberá tanto de herança como os seus irmãos.