O duque de Edimburgo, marido da rainha Isabel II, morreu esta sexta-feira, dia 9 de abril, segundo avança a Casa Real. O príncipe Philip tinha 99 anos.
“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anunciou a morte do seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo. Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor”, refere o comunicado.
Afastado dos deveres reais desde 2017, o príncipe Philip cumpriu quase 70 anos ao serviço da Coroa britânica, tendo marcado presença em 22.219 atos oficiais a solo e feito 5496 discursos.
Nascido a 10 de junho de 1921, na ilha grega de Corfu, o príncipe Philip Mountbatten, foi o consorte mais velho e de maior reinado na história da monarquia britânica, sendo também o homem com maior longevidade da família real.
Filho do príncipe André da Grécia e Dinamarca e da princesa Alice de Battenberg, tinha quatro irmãs mais velhas, Margareth, Teodora, Sophie e Cecilie. Após o rei Constantino I da Grécia, tio de Philip, ter sido obrigado a abdicar do trono do seu país em setembro de 1922, a família viveu no exílio e o duque de Edimburgo passou a infância e juventude em França, Inglaterra, na Alemanha e na Escócia, países onde fez a sua formação académica. Juntou-se à Marinha Real Britânica em 1939, tendo servido na Segunda Guerra Mundial. Nesse ano conheceu a então princesa Isabel durante uma visita à Escola Naval de Dartmouth. Reza a história que os dois já se tinham encontrado uma vez, cinco anos antes, no casamento da duquesa de Kent, numa altura em que Isabel era ainda muito nova (teria apenas oito anos).
Depois da guerra, em 1946, pediu a mão de Isabel em casamento ao rei Jorge VI. O noivado foi anunciado no ano seguinte e o enlace aconteceria a 20 de novembro de 1947, na Abadia de Westminster, perante cerca de dois mil convidados, tendo sido também transmitido pela rádio.
A 6 de fevereiro de 1952 morre o rei Jorge VI e a princesa Isabel sobe ao trono, com o nome de Isabel II. A coroação aconteceu a 2 de junho de 1953 e Philip tornou-se, então, príncipe consorte, título que manteve até à sua morte, passando a ter o tratamento de Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo. Para sempre ficará imortalizada a frase “Sou o único homem no país que não pode dar o seu nome aos próprios filhos”, proferida quando a rainha tomou a decisão de manter a casa real com o nome de Casa de Windsor, pelo qual é conhecida até aos dias de hoje.
O casal real teve quatro filhos. A 14 de novembro de 1948 nasce o príncipe Carlos, herdeiro do trono, e dois anos depois a ainda princesa Isabel e o príncipe Philip dão as boas-vindas à única filha mulher, Ana, que adquiriu o título de Princesa Real quando a mãe subiu ao trono. Dez anos mais tarde, em 1960, nasce o príncipe André, duque de York, e em 1964 a rainha e o duque voltam a ser pais de outro menino, Eduardo, conde de Wessex.
Ao longo da sua vida, Philip serviu a Coroa Britânica não só em muitos atos a solo, mas também ao lado da rainha Isabel II, participando em cerimónias de Abertura do Parlamento, receções oficiais e viagens de Estado. Em maio de 2017, prestes a completar 96 anos, o palácio de Buckingham anunciava que o príncipe se iria retirar da vida pública a partir do outono desse mesmo ano, um anúncio algo repentino e que, na época, gerou especulações por parte dos britânicos sobre o estado de saúde do duque.
Já retirado da vida pública, o duque de Edimburgo voltou a ser notícia mais recentemente, em janeiro de 2019, quando se viu envolvido num aparatoso acidente de viação, depois de o carro que conduzia, um jipe Land Rover Freelander, ter colidido com outro veículo e capotado. Apesar do susto, o marido da rainha saiu ileso e os ocupantes da outra viatura sofreram apenas ferimentos ligeiros.
De recordar que o duque de Edimburgo esteve recentemente internado um mês, tendo dado entrada no hospital King Edward VII no passado dia 16 de fevereiro, por ordem do seu médico, como medida de precaução, depois de se ter sentido mal. Mais tarde, a 1 de março, foi transferido para o Saint Bartolomew’s Hospital, para prosseguir com o tratamento, tendo sido operado ao coração no dia 4. Dias mais tarde regressou à primeira unidade de saúde onde esteve internado, de onde teve alta a 16 de março
No vídeo, recorde a infância atribulada do príncipe Philip.