Com a morte do príncipe Philip no passado mês de abril voltou a questão sobre quem receberá o ducado de Edimburgo. Há mais de vinte anos que se assumia que o próximo duque de Edimburgo seria o príncipe Eduardo, o filho mais novo da rainha Isabel II, um título que deveria receber do irmão, Carlos, quando este subir ao trono.
Depois da morte do seu pai, foi o príncipe de Gales quem herdou o seu ducado, e, quando for coroado rei, o título pertencerá à Coroa e caberá ao monarca decidir o que fazer com ele, podendo outorgá-lo ao irmão mais novo, a outro membro da família ou não o atribuir a ninguém.
No entanto, sempre se assumiu que seria o príncipe Eduardo a receber o título, porque quando se casou com Sophie Rhys-Jones, em 1999, um comunicado do palácio de Buckingham referiu que os dois receberiam o título de condes de Wessex e que, no futuro, também lhes caberia o ducado de Edimburgo. “A Rainha, o Duque de Edimburgo e o príncipe de Gales concordaram que o príncipe Eduardo receberá o ducado de Edimburgo quando lhe corresponda, no momento em que o título que agora tem o príncipe regresse à Coroa”, referia o dito comunicado, uma decisão compreensível dado que Eduardo foi o único filho da rainha a receber o título de conde, que na hierarquia nobiliárquica se encontra dois lugares abaixo dos títulos de duque, que receberam os seus irmãos mais velhos.
No entanto, já não está tão claro que o processo siga tal como estava planeado. De acordo com o The Sunday Times, o príncipe de Gales poderá ter mudado de opinião. Citando várias fontes próximas de Carlos, a publicação aponta que o título não deverá ser outorgado ao príncipe Eduardo, ou pelo menos não assim que o filho mais velho da rainha suba ao trono. David White, que ocupa o cargo de Garter Principal King of Arms – conselheiro do soberano – explicou que não existe nenhum motivo para que o príncipe de Gales atribua o título imediatamente quando se tornar rei e recorda o caso do ducado de York.
“Jorge VI era duque de York e quando se tornou rei o ducado passou para a Coroa”, conta. De facto, foi a rainha Isabel II, sua filha, que voltou a atribuir este título décadas mais tarde ao seu terceiro filho, o príncipe André, quando este se casou com Sarah Ferguson, em 1986.
Sobre este tema, a Clarence House informou que “ainda não foi tomada nenhuma decisão”, enquanto o palácio de Buckingham recusou comentar o caso.
O tema foi colocado em cima da mesa numa entrevista recente que o príncipe Eduardo deu à BBC. O filho mais novo da rainha assegurou que a decisão caberia inteiramente ao irmão mais velho, quando o momento chegasse. “Teremos que esperar”, afirmou o príncipe, enfatizando que nada está decidido, ao contrário daquilo que se pensava.