Esta semana foi decretado pelo Supremo Tribunal britânico que o testamento do príncipe Philip, que morreu a 9 de abril deste ano, permanecerá em segredo durante 90 anos, a fim de proteger a “dignidade e a posição” da rainha Isabel II e de outros membros da Família Real, tal como aconteceu com os testamentos de diversas personalidades da família real, como a rainha mãe ou a princesa Margarida, irmã mais nova de Isabel II, que morreram em 2002.
No entanto, o tratamento dado ao testamento da princesa Diana, que morreu há 24 anos, foi bastante diferente. Importa começar por salientar que no Reino Unido, por lei, os testamentos são documentos públicos, com exceções para a realeza, e Diana, à data da morte, estava já divorciada do príncipe Carlos há cerca de um ano, pelo que já não pertencia à família real.
Durante os próximos 90 anos, o testamento do duque de Edimburgo só poderá ser aberto em privado, pelo que não será objeto de inspeção pública. O juiz Andrew McFarlane é o responsável por este documento (e pelos outros testamentos da família), mas nem ele próprio conhece o seu conteúdo. Sabe apenas a data em que será executado e a identidade de quem foi designado para essa tarefa.
Nada disto se assemelha ao que aconteceu no caso da princesa Diana. Após a sua trágica morte, a 31 de agosto de 1997, em Paris, soube-se que deixava uma fortuna de cerca de 25 milhões de euros aos dois filhos, William e Harry, que tinham então 15 e 12 anos, respetivamente, estando estabelecido também que ambos só poderiam aceder ao montante que lhes correspondia, em partes iguais, após completarem 25 anos, uma idade que o tribunal elevou para 30. Importa salientar que 40% desses 25 milhões foram pagos em impostos, pelo que no final terão sobrado cerca de 15 milhões.
Além de deixar a maior parte da fortuna aos filhos, Diana incluiu também no seu testamento Paul Burrell, o seu mordomo, que herdou 60 mil euros. No caso do duque de Edimburgo, por o documento ser privado, não se saberá se deixou alguma quantia a elementos de fora da família real. No entanto, a imprensa internacional suspeita que o príncipe terá deixado uma parte da sua fortuna aos seus dois pajens William Henderson e Stephen Niedojadlo e ao seu brigadier, Archie Miller-Bakewell.