O testamento do príncipe Philip permanecerá em segredo durante 90 anos, a fim de proteger a “dignidade e a posição” da rainha Isabel II e de outros membros da Família Real britânica, decretou o Supremo Tribunal do Reino Unido.
O juiz Andrew McFarlane explicou que se deve “melhorar a proteção que se dá aos aspetos privados da vida deste grupo limitado de pessoas a fim de manter a dignidade da Soberana e dos membros próximos da sua família”. O magistrado referiu ainda que não conhece o conteúdo do testamento e que sabe apenas a data em que será executado e a identidade de quem foi designado para esta tarefa.
A audiência em que se estudou a possibilidade de selar o testamento foi privada e aconteceu no passado mês de julho, tendo o juiz manifestado agora a sua posição. “Aceito a premissa de que, ainda que exista a curiosidade por saber as decisões que tomou um membro da Família Real no seu testamento, não existe interesse público que as pessoas conheçam essa informação privada”, aclarou.
De salientar que, no Reino Unido, os testamentos são documentos públicos, No entanto, é costume há mais de um século que após a morte de um membro da família real os tribunais selem as suas últimas vontades.
Irá o testamento do duque de Edimburgo alguma vez ser tornado público?
McFarlane é a pessoa encarregada de guardar trinta envelopes, todos com testamentos de elementos da família real. Assim, o juiz tem em sua posse os testamentos da rainha mãe e da princesa Margarida, a irmã mais nova da rainha Isabel II, que morreu em 2002, e agora tem também à sua responsabilidade o do príncipe Philip. De acordo com o magistrado, só quando terminar o período de 90 anos é que se pode decidir se o documento será tornado público e se será totalmente público ou apenas parte dele.
Recorde-se que o príncipe Philip, marido da rainha, morreu a 9 de abril deste ano, aos 99 anos.