O Governo japonês vai aceitar a solicitação da princesa Mako para não receber o dote a que teria direito, devido ao seu casamento. Quando as mulheres da família imperial se casam com um homem que não pertence à realeza, como é o caso de Mako, perdem o estatuto de princesas e passam a ser plebeias. No entanto, têm direito a um dote, que que se refere à princesa, ascendia a mais de um milhão de euros, pago com o dinheiro dos contribuintes, como forma de “manter a dignidade de uma pessoa que foi membro da família imperial”.
A sobrinha mais velha do imperador Naruhito terá expressado vontade em não receber este valor, um ato sem precedentes na Casa Imperial, um pedido que o Governo japonês aceitou agora. Aos 29 anos, a filha mais velha do príncipe herdeiro Fumihito vai finalmente casar-se com Kei Komuro, da mesma idade, no próximo mês de outubro, um casamento pelo civil, que já foi adiado mais do que uma vez.
O casal anunciou o noivado em setembro de 2017 e desde então foram alegados diversos motivos para o adiamento do enlace, entre os quais problemas financeiros da família do noivo. Agora parece que o casamento vai mesmo concretizar-se e, no dia em que disser o ‘sim’ a Komuro, Mako despede-se das suas funções dentro da Casa Imperial e do estatuto de princesa.
Com o afastamento da ainda princesa da família real, a geração mais jovem da realeza do Japão deixa de ter quatro ‘representantes’, para passar a apenas três, os dois irmãos mais novos de Mako, a princesa Kako e o príncipe Hisahito, e a prima, Aiko, filha do atual imperador. Como apenas os homens têm direito de sucessão na família imperial japonesa, o país atravessa uma crise neste âmbito, dado que é bastante provável que, dentro alguns anos, Hisahito esteja sozinho à frente dos destinos do Crisântemo, dado que Kiko e Aiko também perderão os seus títulos e estatutos assim que se casarem.