Andrew Morton, jornalista que escreveu uma biografia sobre a princesa Diana, partilhou recentemente no Daily Mail um artigo no qual revela declarações dadas pela princesa de Gales na primeira pessoa, na época em que escrevia a obra.
No início dos anos 1990, a mundo ainda via a relação de Carlos e Diana como um conto de fadas, mas o biógrafo garante que foi a própria princesa quem lhe revelou que essa ideia não poderia estar mais longe da realidade. As entrevistas de Morton a Diana foram gravadas em cassetes, por intermédio do Dr. James Colthurst, médico que era amigo próximo de ambos.
“Ao ligar o meu gravador escutei, com crescente espanto, a voz inconfundível da princesa Diana, despejando uma história de aflição, num rápido fluxo de consciência. Ela falava sobre estar infeliz, sobre o sentimento de traição, as suas tentativas de suicídio – e duas coisas de que eu nunca tinha ouvido falar: um distúrbio alimentar chamado bulimia nervosa e uma mulher chamada Camilla”, começa por escrever Morton, revelando que a princesa sentiu a necessidade de que a sua verdadeira história fosse conhecida para que a população compreendesse qualquer decisão que viesse a tomar.
Entre as gravações transcritas, encontra-se um episódio complicado que Diana viveu com o filho mais velho, o príncipe William.
“Certa vez, eu e o William estávamos na piscina de Highgrove e eu estava a ralhar com ele. Ele virou-se para mim e disse: ‘É a mulher mais egoísta que já conheci. Tudo o que faz é pensar em si mesma.’
E eu fiquei atordoada. Quero dizer, isto foi há sete anos [em 1985, quando William tinha três anos]. Eu perguntei: ‘Onde ouviste isso?’ — ‘Ah, ouvi muitas vezes o pai dizer isso'”, terá respondido William. E Diana continuou:
“A única coisa de que sempre me orgulhei – se posso ser ousada – é que nunca fui uma pessoa egoísta. Mas o Carlos estava sempre a dizer-me que eu estava a ser egoísta, e em parte acreditava nisso. Durante os primeiros anos do nosso casamento as pessoas diziam que eu dava trabalho ao meu marido, que estava a agir como uma criança mimada. Mas eu sabia que só precisava de descanso, paciência e tempo para me adaptar a todos os papéis que me eram exigidos da noite para o dia”, explicou a princesa.
