A Operação London Bridge já está em marcha e começou muito antes do mundo saber da morte da antiga rainha de Inglaterra. Na verdade, uma das coisas que consta de todas as versões dos planos é a de que a família estaria toda presente. Foi, de facto, isso que aconteceu e que começou a levantar suspeitas para a gravidade da situação.
Deste plano minucioso constava a possibilidade da monarca morrer em Balmoral, como se verificou. Nesta situação, o nome de código para a operação é a de Unicórnio, e dela fazem parte medidas como a suspensão imediata do Parlamento, medidas de contenção para visitantes e o que fazer com o corpo. Está previsto, de resto, que o corpo de Isabel II seja retirado, nos próximos dias, do castelo de Balmoral e que seja levado para o Palácio de Holyroodhouse, em Edimburgo.
É precisamente nesta cidade que, na próxima segunda-feira, dia 12, a família real britânica vai celebrar uma missa e uma procissão pela Royal Mile até à Catedral de St Giles, onde haverá uma vigília. Os escoceses terão a oportunidade de se despedir da sua monarca à frente do seu caixão e está previsto acontecer um mini funeral naquela catedral. Os restos mortais de Isabel II serão, depois, transportados para Londres e é provável que o velório aconteça no Palácio de Buckingham.
Antes, porém, de tudo isto acontecer, o novo rei, Carlos III, e a sua mulher, Camilla, rainha consorte, viajarão, no decorrer do dia de hoje, sexta-feira, nove de setembro, para Londres onde, às 18h, o monarca se vai reunir com Liz Truss, a nova primeira-ministra britânica, e com o duque de Norfolk, que está encarregado dos preparativos do funeral e dos atos que vão acontecer nos próximos dias. O rei vai decidir, entretanto, a duração do luto nacional.
Os sinos vão soar na Abadia de Westminster, na Catedral de São Paulo e no Castelo de Windsor. Haverá salva de tiros de canhão, uma por cada ano de vida da rainha Isabel II, em Hyde Park. Liz Truss e os principais ministros do governo vão assistir a um serviço religioso na Catedral de São Paulo e o rei Carlos III deve gravar uma declaração televisiva, onde se vai dirigir aos cidadãos, em que reconhecerá o trabalho e o papel da sua mãe na monarquia britânica.
Está previsto que seja já amanhã, sábado, que o Conselho de Adesão se reúna para declarar Carlos III como soberano. Este é considerado um ato de máxima relevância, apesar de ser mais discreto do que a cerimónia de coroação, que terá lugar na Abadia de Westminster, numa data ainda a anunciar. Carlos III vai ser declarado rei no palácio de St. James e a cerimónia vai ser transmitida, pela primeira vez, na televisão. A partir das 13h as bandeiras voltam a ser hasteadas e assim deverão permanecer durante 24 horas. Os livros públicos de condolências vão, entretanto, ficar no Palácio de St. James, na Galeria da Rainha, em Windsor, em Holyrood House, em Balmoral e em Sandringham.
Na próxima quarta-feira, dia 14, vai-se realizar o primeiro funeral da rainha, em Westminster Hall, cujo nome de código é Operação Marquee. Seguir-se-á uma procissão cerimonial pela capital britânica. O funeral de Estado vai acontecer no dia 19, segunda-feira, na Abadia de Westminster, cenário das celebrações religiosas mais importantes dos Windsor. Os restos mortais da monarca serão levados numa carruagem, que será seguida por vários membros da família real, a pé. Este momento será transmitido na televisão, mas o enterro, à tarde, vai acontecer na maior privacidade e apenas estarão presentes os familiares mais próximos.
Isabel II descansará para sempre na capela comemorativa do rei Jorge VI, um anexo da capela principal, onde repousam os restos mortais dos seus pais e as cinzas da sua irmã, a princesa Margarida. Os restos mortais do duque de Edimburgo, que morreu em abril de 2021, serão trasladados para a mesma capela, para, assim, ficar junto à rainha Isabel II.